Folha 8

COMO SE ROUBA NO FUNDO SOBERANO (DITO) DE ANGOLA

- TEXTO DE RAFAEL MARQUES DE MORAIS (*)

OFundo Soberano de Angola ( FSDEA), presidido por José Filomeno do Santos, cada vez mais se revela como a manjedoura exclusiva deste filho do presidente José Eduardo dos Santos, através e sob controlo absoluto do seu mentor, sócio e amigo Jean-claude Bastos de Morais. A construção do Porto do Caio, em Cabinda, é o mais recente exemplo da cleptomani­a presidenci­al, emulada pela descendênc­ia de JES – neste caso, por José Filomeno dos Santos “Zenú”. O projecto foi lançado em 2012, com um custo de 540 milhões de dólares, 180 milhões dos quais seriam avançados por investidor­es privados e 360 milhões proviriam de empréstimo­s concedidos por instituiçõ­es financeira­s. O Estado angolano não participar­ia no investimen­to. Entretanto, a 30 de Janeiro passado, o Fundo Soberano anunciou um investimen­to de 180 milhões de dólares na empresa Caioporto S.A., a concession­ária do futuro porto, com a contrapart­ida de deter 50 por cento das suas acções. A Caioporto S.A. foi criada a 16 de Outubro de 2011, por Jean-claude Bastos de Morais, com um capital social de 20 mil dólares e como proprietár­io de 99.900 por cento das acções. Mas de que forma é que a Caioporto S.A., empresa apenas com papéis registados no Cartório Notarial do Guiché Único de Empresas, sem capital ou know-how, se torna na concession­ária do porto e sócia do Fundo Soberano, assumindo assim um projecto de mais de meio bilião de dólares? Jean-claude Bastos de Morais ignorou os pedidos de resposta às questões sobre este assunto enviadas por Maka Angola à sua assessoria de imprensa. Por sua vez, após insistênci­a, a assessora de imprensa do Fundo Soberano, Nicole Anwer, prometeu responder às questões do Maka Angola e falhou, apesar de estar ao corrente do dia exacto em que a matéria seria publicada.

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