SERÁ DESTA VEZ QUE KOPELIPA ASSUMIRÁ AS CULPAS?
É caso para, mais uma vez, se perguntar: Senhor general Kopelipa qual é a sua intenção? Se é mesmo a de consumar um assassinato através de agentes da Casa de Segurança da Presidência ou apenas destruir as viaturas, já vai na segunda e a culpa morre sempre solteira? A nossa missão é informar e abordar, quando questionados os temas com frontalidade, fruto da manutenção da nossa independência. Estamos, aliás, convictos de só a verdade pode curar, por muito dolorosa que seja. Não somos, corrobore-se, responsáveis pelo facto de o Presidente José Eduardo dos Santos preferir ser assassinado pelo elogio do que salvo pela crítica. Como o nosso compromisso sagrado é apenas com o que pensamos ser a verdade, a luta é contínua e a (nossa) vitória será acertada, na democracia real, mesmo que alguns tombem pelo caminho. Talvez de derrota em derrota até à vitória final. Recordemos agora e sempre Frei João Domingos quando afirmou que os políticos e governantes angolanos só estão preocupados com os seus interesses, das suas famílias e dos seus mais próximos. “Não nos podemos calar mesmo que nos custe a vida”, disse Frei João Domingos, acrescentando “que muitos governantes que têm grandes carros, numerosas amantes, muita riqueza roubada ao povo, são aparentemente reluzentes mas estão podres por dentro”. Por tudo isso, Frei João Domingos sempre chamou a atenção dos angolanos, de todos os angolanos, para não se calarem, para “que continuem a falar e a denunciar as injustiças, para que este país seja diferente”. Tendo em conta a crise de valores em que o país se encontra, Frei João Domingos sempre recomendou aos angolanos sem excepção para que pratiquem os valores que Jesus Cristo recomenda: solidariedade, justiça, amor, honestidade, dedicação ao outro, seriedade, paz, a vida, etc. “O Povo sofre e passa fome. Os países valem pelas pessoas e não pelos diamantes, petróleo e outras riquezas”, dizia também Frei João Domingos. O nosso país continua a ser palco de violações dos direitos humanos, nomeadamente contra todos aqueles que se atrevem a pensar de forma diferente do que está estabelecido pelo regime.
São muitos os relatos de violência, intimidação, assédio e detenções por agentes do Estado de indivíduos alegadamente envolvidos em crimes contra a segurança do Estado, ou seja, que pensam de forma diferente.