Folha 8

DÓLAR VOLTA A SUBIR NAS RUAS DE LUANDA

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Opreço para comprar uma nota de 100 dólares norte- americano nas ruas de Luanda valorizou na última semana, para até 39.000 kwanzas, conforme a ronda feita a 25.05.2017 pela agência Lusa no mercado de rua da capital angolana. Depois de algumas descidas desde finais de março e de chegar a ser vendida a 36.000 Kwanzas na última semana, cada nota de dólar norte-americano voltou a subir na cotação informal de rua, face à semana anterior. Na segunda quinzena de Março, cada dólar chegou a ser vendido pelas “kinguilas” de Luanda, como são conhecidas as mulheres que se dedicam à compra e venda de divisas, a 34.000 Kwanzas, mínimos do ano. Foi possível encontrar em Luanda quem vendesse cada nota de 100 dólares entre os 38.000 e os 39.000 Kwanzas, conforme os bairros da capital, como São Paulo, Mutamba e Mártires de Kifangondo. Ainda assim, estes valores contrastam com o pico de 500 Kwanzas por cada dólar dos primeiros dias de Janeiro, no mercado de rua. Actualment­e, mantêm-se as limitações no acesso a divisas nos bancos, inclusive nas contas em moeda estrangeir­a, situação que torna a venda paralela, para muitos nacionais e estrangeir­os, a única forma de aceder a dólares ou euros em Angola. A taxa de câmbio oficial definida pelo Banco Nacional de Angola (BNA) cifra-se há mais de um ano em cerca de 166 Kwanzas (90 cêntimos de euro) por cada dólar, quando antes do início da crise provocada pela quebra das receitas com a exportação do petróleo, ainda em 2014, era de 100 Kwanzas (55 cêntimos). A actividade das ‘Kinguilas’ foi condenada em abril pelo governador do BNA, advogando o seu fim: “Não podemos ter, no nosso país, determinad­as ruas que definem a referência do preço, onde se vendem dólares ou euros. Não podemos ter este nível de fluxo financeiro no mercado informal, que tem um grande impacto sobre o sistema financeiro; não podemos ter o nível de uso de notas que temos estado a ter”, justificou Valter Filipe. As taxas de rua já estiveram próximas dos 600 Kwanzas por cada dólar em agosto e julho, depois de máximos de 630 Kwanzas em junho, face à falta de dólares nos bancos. Angola vive desde finais de 2014 uma profunda crise financeira e económica decorrente da quebra para metade nas receitas com a exportação de petróleo, tendo desvaloriz­ado o Kwanza, face ao dólar, em 23,4% em 2015 e mais 18,4% ainda no primeiro semestre de 2016.

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