XEQUE-MATE À UNITA É A GRANDE APOSTA DO MPLA
AUNITA, maior partido da oposição angolana, denunciou esta semana a “reiterada vandalização e retirada das bandeiras e cartazes” daquela força política, cuja responsabilidade atribui a “indivíduos afectos ao MPLA”, partido no poder desde 1975. Em nota de imprensa, a UNITA refere que estes actos acontecem “na maior parte dos casos na presença de agentes de autoridades competentes, com brigadas que actuam em diversas horas do dia”. Segundo o documento, “estes actos de desrespeito às leis e à ética, por parte dos militantes do MPLA, ocorrem em todo o país e são potenciadores de conflitos violentos entre militantes e de perturbações à ordem pública, com consequências imprevisíveis”. A segunda força política de Angola sublinha que esta prática tem acontecido somente em relação ao partido fundado por Jonas Savimbi, “o que pode levar a concluir que se trata de uma estratégia de esvaziar o conteúdo eleitoral da UNITA e ofuscar a sua imagem perante o público eleitor”. “A direcção da UNITA apela para a observância escrupulosa da lei, por parte de todos os partidos concorrentes, mormente o MPLA, e dos cidadãos militantes, a pautarem-se pelas práticas condizentes com os fundamentos da democracia participativa”, lê-se na nota. Outro apelo é feito às autoridades do regime (MPLA), nomeadamente governadores provinciais, administradores locais e Polícia (supostamente) Nacional, para que tomem as “devidas providências, com vista a evitar-se um ambiente de pré-campanha turbulento, a bem da paz e da reconciliação nacional”. Para a UNITA, os angolanos “ávidos de eleições livres, justas e transparentes, têm dado provas de maturidade política e alto sentido patriótico, pelo que todos os actores políticos e sociais envolvidos no processo eleitoral devem pautar-se por esta conduta exemplar de cidadania”. Esta semana, o ministro do Interior de Angola, Ângelo Veiga Tavares anunciou que está previsto para Julho a realização de um encontro com todos os partidos políticos concorrentes às eleições gerais de 23 de Agosto, para abordar questões de segurança. Admitindo a ocorrência de algumas acções ocasionais, o governante apelou ao compromisso e envolvimento de todos os actores nestas eleições, nomeadamente cidadãos e partidos políticos, para um processo eleitoral tranquilo. “Naturalmente para isso não basta as nossas forças, é preciso que todos os entes envolvidos, nomeadamente o cidadão comum e os partidos políticos tenham o sentido de responsabilidade, é preciso ter bastantes cautelas nos discursos, é preciso colocar o país acima dos interesses dos partidos e mantermos essa paz que foi alcançada com muita dificuldade”, frisou. Angola vai realizar eleições dentro de dois meses, e conta para o efeito com um número de 9.317.294 eleitores, segundo dados oficiais que o Ministério da Administração do Território entregou à Comissão Nacional Eleitoral.