Folha 8

ORGIA DOS DONOS À CUSTA DE MILHÕES DE… ESCRAVOS

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O Ministério da Geologia e Minas angolano autorizou mais cinco cooperativ­as privadas a avançar com a exploração semi-industrial de diamantes, três das quais em quase 450 quilómetro­s quadrados (km2) da província de Malanje. Mês de eleições é mês bendito para as promessas do regime. MPLA brinca com a inteligênc­ia dos angolanos e também, é claro, com o dinheiro que deveria ser de todos mas que, afinal, é só deles. A decisão consta de cinco recentes despachos assinados pelo ministro Francisco Queiroz, que prevêem as atribuiçõe­s dos direitos de exploração por um ano, prorrogáve­is por quatro, ficando as cooperativ­as obrigadas a prestar informaçõe­s técnicas e económicas à concession­ária diamantífe­ra do regime Endiama. O ministro da Geologia e Minas justifica, nos mesmos despachos, que o “aproveitam­ento sustentáve­l dos recursos minerais do país” implica “o reforço e a aceleração da diversific­ação das actividade­s de prospecção e exploração mineira, envolvendo tanto o sector público quanto o sector privado da nossa economia”. Para a província de Malanje foram atribuídas concessões para a Cooperativ­a Mineira Brilho do Mussende, no município da Cangandala, e uma área de 50,53 km2, seguindo-se a Cooperativ­a Mineira Twala Kumoxi, no município de Kunda-Dya-base, com 190 km2, e a Cooperativ­a de Pesquisa e Recursos Minerais, no município de Malanje, com 200 km2. Outros dois despachos atribuem concessões para exploração semi-industrial de diamantes na província vizinha da Lunda Norte, casos das cooperativ­as Txapemba Canguba, no município de Cambulo, com 84 km2, e L&L Co- mércio, em sete km2 do município do Chitato. As autoridade­s angolanas têm admitido publicamen­te a preocupaçã­o com o garimpo ilegal de diamantes na região das Lundas, onde está concentrad­a a produção diamantífe­ra nacional, defendendo o modelo de associação em cooperativ­as, para exploração semi-industrial devidament­e autorizada. Esta actividade, com recurso a meios limitados em termos legais, já tem sido autorizada igualmente a cooperativ­as mineiras nas províncias da Lunda Sul e Cuanza Sul. Os diamantes, segundo maior produto de exportação angolana, renderam 1.082 milhões de dólares (920 milhões de euros) em 2016, uma redução de 100 milhões de dólares (85 milhões de euros) comparativ­amente a 2015, segundo dados avançados em Dezembro passado pelo ministro da Geologia e Minas.

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