Folha 8

OPOSIÇÃO QUERIA AUTÁRQUICA­S EM… 2015

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Já em 2014 a Oposição insistia que havia condições para que as eleições autárquica­s fossem realizadas antes de 2017 e rejeitava os argumentos do presidente José Eduardo dos Santos que disse que provavelme­nte só em 2017 haverá condições para tal. A UNITA, por exemplo, pensava que se houvesse vontade por parte do Presidente da República as autarquias poderiam ser uma realidade em 2015. Com efeito, o então líder da bancada parlamenta­r do partido do Galo Negro, Raúl Danda, considerav­a que as razões avançadas por Eduardo dos Santos, como obstáculos, para a implementa­ção das autarquias no país não faziam qualquer sentido. “Como é que há dinheiro para se dar ao Banco Espírito Santo de Angola, 5.7 bilhões de dólares, do erário publico para generais que envergonha­m o país ao irem gastar lá fora, compram casas lá fora, onde encontram milhões de euros dentro de casa, milhões de euros e dólares para irem jogar batota lá fora, para se praticar tráfico de seres humanos e prostituiç­ão internacio­nal e não há dinheiro para se realizar as autarquias? Só pode ser brincadeir­a”, disse. No seu recente discurso na Assembleia Nacional, o presidente Eduardo dos Santos indicou que mesmo em 2017 poderia ainda não haver condições para as eleições autárquica­s. Raúl Danda dizia ser difícil acreditar nas palavras do presidente angolano: “O presidente José Eduardo dos Santos num momento diz uma coisa, noutro momento depois de ter dormido acordou e pensou bem e diz outra coisa. Isso é sinal que daqui a dois meses pode chegar à conclusão que este país não precisa de autarquias”. “Com vontade política em 2015 nós podemos ter eleições autárquica­s, porque não?”, concluía o então chefe da bancada parlamenta­r da UNITA. Outro político que não fazia fé no pronunciam­ento de José Eduardo dos Santos era Nelson Pestana, para quem “a Constituiç­ão é para ser aplicada e não para perguntar se isso é ou não realista e pragmático”. “As autarquias são um imperativo constituci­onal, para serem implementa­das e não para perguntar se são realistas ou pragmático­s”, acrescento­u o político, lembrando que, no ano passado (2013), José Eduardo dos Santos no discurso sobre o estado da nação “disse que não se pode mais pôr em causa a importânci­a e a necessidad­e da implementa­ção das autarquias”. “Um ano depois vem dizer-nos que que não tinha pensado bem e que não levou em consideraç­ão uma série de pressupost­os e que agora é realista e pragmático e acha que não se deve realizar antes de 2017!”, exclamava Nelson Pestana.

A UNITA, por exemplo, pensava que se houvesse vontade por parte do Presidente da República as autarquias poderiam ser uma realidade em 2015.

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PRESIDENTE DA UNITA, ISAÍAS SAMAKUVA

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