TYITUNDU-HULU LINGUAGEM DO CANTO RUPESTRE
À Dadeoldina de Sapiência, Por ser de lá, Da gente Kimbar.
Não há, no Sul de Angola, gente que não saiba que Kimbar é gente que não pode viver sem o carnaval. Assim, eis-nos “contribuindo” no desenho cartográfico e no mapeamento poético-literário do Namibe, nesta aventurada tentativa de compreender porque a marca do pé impregnado nas areias do deserto é ponto de partida para a sincronização de percursos satíricos, ecoar de vozes, já instado a persuadir a linguagem mordaz do canto rupestre do Tyitundu-Hulu.
Na colocação existêncil, os hereros de todos os matizes não podem viver sem gado, pois antes corresponde a uma dinâmica generalizada e geracional de integração inexorável. Daí que o exercício da pastorícia é feito com o prazer do canto, ou pelo assobio orientador ao boi guia da manada ou pelo passo da dança no gesto do apresso do homem herero.
Doutro dito, o que ocorre dizer de imediato é que não há, no sul de Angola, gente nenhuma que não saiba que Kimbar é gente que não pode viver sem o carnaval.
Aasim, eis-nos “contribuindo” no desenho cartográ ico e mapeamento poético-literária do Namibe, nesta aventurada tentativa de compreender porque a marca do pé impregnado nas areias do deserto é ponto de partida para a sincronização de percursos satíricos, ecoar de vozes, já instado a persuadir a linguagem mordaz do canto rupestre do Tyitundu-Hulu. No dizer da gente lá, herero, de Tchyitundu-hulu Mulume e Tchyitundu-hulu Mucai, distantes um do outro por cerca de mil metros, convém reter que o primeiro (com cerca de duas mil gravuras, quase todas de tipo geométrico-rupestre, é conhecido como o homem e o outro a mulher). Quanto engenho! Daí, também revestido de sentido de “procriação e maternidade”, em seu corpo de arte, gravuras e pinturas circunferênciais e de traços rectilíneos e verdadeiramente labirínticas e de di icil interpretação. Só por isso o Tyitundu-hulu, faz orgulho da sua gente. Só por isso, há a esse respeito, uma referência contínua para a constante re lecção sobre as diversas estruturas culturais e sociais da gente de lá, herero: “No nosso curral de trânsumância M`ohambo yetu Estão uns dois rapazelhos a divertiem-se Mun`ovindanthu muno`ovindanthu Com a dança das «posições de chifres»... Mbidana okhankhula ...“Ameaçam-se e não brigam”... Dilitangela, kadilu ...“Bois alheios não se invenctivam por magnação Kadiyolwa mukweni Têm um arrancar perigoso Dina omutuko omuvi n`omusumo E um fólego que vai longe”.
Mbu uya kokule
Esta antologia reúne os melhores textos de alguns dos muitos poetas da Provincia do Namibe por nascença ou por adopção. São apenas 18 de entre esses muitos poetas de idades biológicas diferentes, porém unidos no canto ao seu lugar de inspiração.
Cada texto ajuda a compreender o desenho, a uma cartogra ia e mapeamento poético-literária do Namibe; é uma tentativa de comprender porque a marca do pé impregnado nas areias do deserto é ponto de partida para a sincronia com o rasgar da voz no meio do deserto do Calahari, referência constante para se re letir sobre as diversas estruturas sociais e culturais da gente de lá, Namibe. O organizador espera que o som do tambor kimbar e o recado do chifre herero, progridam na mesma direcção, para que ao soltar-se uma dada calema, o mar além, albergue e comtemple o imaginário hemisférico dos poetas no Namibe.
Assim, no percurso de viagem que nos leva ao encontro dos poetas daquelas paragens, o principal objetivo desta proposta é o de compreender as diferentes maneiras de produção, e (re) signi icação dos textos poéticos apresentados nesta antologia, buscando em seus pontos de intersecção a sincronia de uma viagem com destino à pinturas rupestres de Tyitundu-hulu, comodiz o poeta: Sincronia Na óptica da renovação permanente No deserto O viajante está em contínua transformação Consome e habita um presente vazado No passado. O adágio, o provérbio, o canto, o suspiro e o feixe A que se somam acidentes, desilusões, aventuras, paixões, esperanças e saudades
Engendram exercício de labor e olhar além