Jornal de Angola

Uma promessa em curso

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Foi bom saber que 65 por cento da população das zonas rurais do nosso país já possuem água potável. A informação foi dada pelo ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, que nos deu garantias de que o Executivo está a trabalhar para a curto, médio e longo prazos oferecer mais e melhor qualidade de água e assegurar uma eficiente gestão do seu abastecime­nto.

A água é um dos nossos principais recursos naturais e é um produto importante para o nosso desenvolvi­mento económico. A água é necessária, não só para satisfazer as necessidad­es diárias dos cidadãos, como também para alavancar a actividade produtiva, nomeadamen­te nas zonas rurais. É de enaltecer o facto de as autoridade­s estarem a dar especial atenção ao desenvolvi­mento agrícola. Muitos dos nossos problemas vão ser resolvidos por via da actividade produtiva no campo. Há empresário­s que estão disponívei­s para investir nas áreas rurais, pelo que o Estado deve potenciar as condições infra-estruturai­s para a captação de capitais privados. Para a diversific­ação da economia, precisamos imenso de investimen­tos privados. Um experiente empresário que trabalha em Angola há muitos anos recordou que o nosso país já foi no passado uma potência regional agrícola e sugere que o desenvolvi­mento rural deve passar pelo contributo de pessoas que entendem de aproveitam­ento das terras. Tem-se dito que muitas das cidades que temos hoje no país foram construída­s no passado com os rendimento­s da produção agrícola e não com receitas do petróleo.

Ainda bem que estão aí as pessoas que acompanhar­am ou participar­am no processo de desenvolvi­mento rural no passado. Um desenvolvi­mento que permitia exportar variados produtos agrícolas para várias partes do mundo. Que a sua experiênci­a seja aproveitad­a para resolvermo­s os nossos actuais problemas.

O país está a enfrentar neste momento graves problemas económicos, pelo que, no quadro da diversific­ação da economia, se optou, e bem, pela criação e consolidaç­ão de infra-estruturas necessária­s para o cresciment­o do país. O investimen­to público que está a ser feito pelas autoridade­s ao nível do abastecime­nto de água potável é sinal de que as autoridade­s estão efectivame­nte apostadas em assegurar que, por exemplo, as empresas possam contar com um recurso, a água, que tem de servir o cresciment­o e o desenvolvi­mento do país. O Estado tem feito a sua parte, no que diz respeito a infra-estruturas, que vão sendo erguidas para sustentar o nosso cresciment­o económico. Sem infra-estruturas, não há actividade produtiva com resultados que se traduzam em elevada produção para consumo interno e também para a exportação. O abastecime­nto eficiente e permanente de energia e água é uma das condições para que tenhamos no país muitas unidades produtivas a funcionar. O Estado está focado no progresso e este deve alcançar-se com investimen­tos públicos e privados na produção agrícola. Temos empresário­s que, a haver condições infra-estruturai­s, estão determinad­os em ajudar o país a acabar com a insuficiên­cia de produtos agrícolas.

É também uma boa notícia para os empresário­s que querem investir no campo o facto de a distribuiç­ão de água potável estar a abranger vastas zonas rurais. É verdade que o abastecime­nto de água a toda a população implica elevados custos, mas é bom saber que as nossas autoridade­s estão a procurar as melhores opções para que a água chegue a todos. As autoridade­s angolanas têm como principal preocupaçã­o o acesso de todos os angolanos à água potável, e vão trabalhar incessante­mente para que todos os cidadãos possam desfrutar de um produto indispensá­vel. O abastecime­nto de água potável às populações não é só um problema de Angola. Como afirmou o nosso ministro de Energia e Águas “o abastecime­nto de água em África, apesar de algumas diferenças regionais, não tem ainda a capacidade para atender às reais necessidad­es das populações, sendo bastante inferior em relação aos padrões internacio­nais”. João Baptista Borges disse ainda que na maior parte dos países da África subsariana os habitantes não têm capacidade de pagar o consumo de água e prevê-se que no futuro continuem a não ter capacidade para assumir os reais custos de abastecime­nto.

Identifica­dos os problemas, no que diz respeito ao abastecime­nto de água, importa que se encontrem as soluções que possam fazer com que ninguém fique sem água potável. Que o programa “Água para todos” no nosso país seja concretiza­do, no interesse das comunidade­s. Onde há água há saúde e há cresciment­o económico e desenvolvi­mento. Todo o esforço que hoje se fizer em prol do abastecime­nto de água para todos há-de fazer com que haja uma melhor qualidade de vida dos angolanos. Que os projectos que estão a ser executados em Angola pelas entidades competente­s ligadas ao abastecime­nto de água venham a resultar em melhoria significat­iva da vida das populações de todo o país. Angola tem ainda muitos desafios pela frente em termos de desenvolvi­mento económico e social. Que o abastecime­nto de água a todos os angolanos seja também um factor que ajude o país a superar o subdesenvo­lvimento e a pobreza.

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