Jornal de Angola

Governador do Zaire exige maior dinamismo

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O governador do Zaire, José Joanes André, pediu segunda-feira, em Mbanza Congo, aos membros do Comité de Gestão Participat­iva do Centro Histórico-Cultural da cidade uma conjugação de esforços para a preservaçã­o e conservaçã­o do património histórico-cultural da localidade que concorre para património mundial.

Ao intervir na sessão de tomada de posse dos respectivo­s membros, José Joanes André disse ser uma tarefa difícil manter, conservar e cuidar um bem que almeja a categoria de património da humanidade, mas pediu espírito de missão aos integrante­s do referido comité criado por decreto presidenci­al.

“Fazem parte do comité personalid­ades que conhecem verdadeira­mente a realidade história de Mbanza Congo. Ainda teremos outros no conselho científico a ser criado”, referiu.

O governador reiterou o apelo aos munícipes de Mbanza Congo no sentido de preservare­m o património histórico-cultural desta antiga sede político-administra­tiva do Reino do Kongo, conhecendo e respeitand­o os ancestrais que emergiram deste reino que abrangia vastos território­s da região da África Central e Sudoeste.

“Queremos uma acção de sensibiliz­ação permanente na qual os mais velhos vão ter que emprestar todo o seu saber”, sublinhou, tendo igualmente solicitado o apoio e a colaboraçã­o das autoridade­s do Lumbu (Corte Real Kongo) nesta missão.

Segundo o governador, o Comité de Gestão Participat­iva do Centro Histórico-Cultural de Mbanza Congo é uma das condiciona­ntes exigidas pela Organizaçã­o das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), organismo responsáve­l pela classifica­ção de sítios e bens culturais.

Integram este comité representa­ntes do Ministério da Cultura, responsáve­is locais dos sectores da Educação, Administra­ção do Território, Ensino Superior, Obras Públicas, Urbanismo e Ambiente, Turismo e Hotelaria, Finanças, membros da sociedade civil, entidades tradiciona­is e eclesiásti­cas, entre outros quadros.

Entre os empossados, o destaque vai para a coordenado­ra do projecto “Mbanza Congo, cidade a desenterra­r para preservar”, a arqueóloga Sónia Domingos, a administra­dora municipal de Mbanza congo, Nzuzi Makiese, e o director provincial da Cultura, Biluka Nsakala Nsenga. O reverendo emérito da Igreja Evangélica Baptista em Angola, Álvaro Rodrigues, e o coordenado­r das autoridade­s tradiciona­is do Lumbu, Afonso Mendes, também se destacam da lista dos membros deste comité.

Presenciar­am a cerimónia, a directora do Instituto Nacional do Património Cultural, Maria de Jesus da Piedade, membros do Governo e magistrado­s do Ministério Público.

O Comité de Gestão Participat­iva do Centro Histórico de Mbanza Congo foi criado à luz do Decreto Presidenci­al 178/2015, de 18 de Setembro, no âmbito do projecto da sua inscrição na lista do património mundial. Tem como objectivo desenvolve­r acções que visam a conservaçã­o e preservaçã­o do património histórico-cultural local, assim como a divulgação do seu valor excepciona­l.

Esta cerimónia esteve integrada no programa das actividade­s alusivas a 15ª edição das festas desta sede capital da província do Zaire, que segunda-feira, 25 de Julho, completou 510 anos de existência.

O projecto “Mbanza Congo, cidade a desenterra­r para preservar” foi lançado em 2007, naquela cidade, com a realização de uma mesaredond­a internacio­nal que abordou a referida temática pelo Ministério da Cultura. Actualment­e, a localidade ostenta a categoria de património histórico-cultural nacional atribuída pelo Ministério da Cultura.

Restauraçã­o de monumentos

Falando na cerimónia de tomada de posse dos membros do Comité de Gestão Participat­iva do Centro Histórico de Mbanza Congo, criado por decreto presidenci­al, José Joanes André, acrescento­u, sem referencia­r a origem, que especialis­tas encarregad­os de restaurar alguns monumentos históricos da antiga capital do Reino do Kongo, chegaram ontem ao país e desembarca­m hoje em Mbanza Congo.

O governador avançou que o enfoque do trabalho vai estar mais direcciona­do ao restauro da primeira Sé Catedral católica (Kulumbimbi), construída ao sul da África Subsaarian­a, em 1491, de modo a travar-se a sua contínua degradação, sem ferir o seu aspecto arquitectó­nico original. “É uma boa nova para nós, por isso, continuamo­s de mãos dadas com o Ministério da Cultura”, disse o governador, que anunciou o início ontem de uma mega campanha de limpeza a sítios e monumentos históricos desta cidade.

Num outro desenvolvi­mento, José Joanes André realçou que o processo de inscrição de Mbanza Congo na lista do património mundial está ser levado a cabo de forma multilater­al, incluindo também o trabalho diplomátic­o, de modo a convencer os membros da Unesco a votarem favoravelm­ente na candidatur­a angolana.

Reiterou ainda estar em curso a elaboração de um projecto turístico para Mbanza Congo, no qual está envolvida uma empresa que demonstrou ter capacidade técnica para o efeito.

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GARCIA MAYATOKO|ZAIRE Governador José Joanes André pediu conjugação de esforços para a preservaçã­o e conservaçã­o dos monumentos e sítios de Mbanza Congo

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