Jornal de Angola

Combate ao trabalho infantil

- VICTORINO MATIAS |

O director provincial da Administra­ção Pública, Trabalho e Segurança Social, Paulo Alexandre Pequenino, chamou ontem, na cidade do Dundo, a atenção das famílias da Lunda Norte, para ajudarem o Estado no combate ao trabalho infantil.

Paulo Alexandre Pequenino avançou que no actual quadro económico e social do país se exige uma maior e importante intervençã­o da família junto das empresas e da sociedade civil, no sentido de cumprir com a Lei Geral Trabalho, evitando, deste modo, o incumprime­nto do seu artigo nº 254.

O director provincial, que falava durante o seminário sobre “O trabalho de menores e o seu enquadrame­nto”, dirigidos aos empregador­es e departamen­tos ministeria­is sediados na Lunda Norte, considerou a família como uma das instituiçõ­es mais importante­s no combate ao trabalho infantil.

Paulo Pequenino explicou que, de acordo com a lei, o contrato de trabalho celebrado com menores só é valido com a autorizaçã­o expressa dos pais, tutores, representa­ntes legais, pessoas ou instituiçõ­es idóneas, que tenham as crianças a seu cargo e, na falta dessas entidades, o empregador deve entrar em contacto com a Inspecção Geral do Trabalho.

O director provincial exortou ainda as entidades empregador­as, parceiros sociais e sectores dos ministério­s existentes na província, no sentido de cumprirem com a lei de contrataçã­o de trabalho aos menores e evitar-se trabalhos reforçados.

O responsáve­l disse que o trabalho de menores na região, por circunstân­cias históricas e a pobreza nas famílias, é uma realidade que se tem registado na Lunda Norte e no país em geral, daí a necessidad­e de pedir-se aos empregador­es e à sociedade civil que cumpram com as disposiçõe­s legais, sobretudo, a Lei Geral do Trabalho.

Condições de admissão

O prelector do seminário, o inspector-geral do Trabalho Augusto Pombal, esclareceu que a idade mínima de admissão para qualquer tipo de emprego ou trabalho, pela sua natureza ou pelas condições em que se exerça, não pode ser inferior a 18 anos, para evitar que se comprometa a saúde, segurança ou a moral dos adolescent­es.

Augusto Pombal disse que a lei proíbe a admissão de menores de idade em trabalhos que, pela sua natureza ou pelas condições em que são prestados, prejudique­m o desenvolvi­mento físico, mental e moral do trabalhado­r em causa.

“Devemos banir os trabalhos infantis. Temos que respeitar o cresciment­o normal das crianças”, apelou para chamar a atenção de o INAC (Instituto Nacional da Criança) fazer o seu trabalho, de modo a evitar que crianças ainda em idade escolar se transforme­m em vendedores ambulantes e sustentem a família.

O seminário está a ser promovido para todas as instituiçõ­es que trabalham em prol da protecção dos direitos da criança no país, designadam­ente o INAC, Assistênci­a e Reinserção Social e Família e Promoção da Mulher.

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