África consolida parcerias para o progresso
O Secretário-Geral cessante da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, lamentou, na segunda-feira, que apesar de vários países africanos terem organizado eleições multipartidárias, a credibilidade de grande parte destas eleições tem sido questionada.
Ban Ki-moon discursava na abertura da Semana de África na ONU, que termina na sexta-feira, e disse haver líderes que tomaram o que qualificou de “passos duvidosos” para permanecer nos cargos além dos mandatos previstos na Constituição.
Para o Secretário-Geral cessante da ONU, o continente africano passa por insuficiências ainda visíveis, razão pela qual ofereceu o apoio da organização que lidera “para os esforços com vista a melhorar a governação”.
Ban Ki-moon sublinhou que a comunidade internacional precisa de apoiar os países africanos e trabalhar “com todos os intervenientes nacionais e regionais relevantes” e destacou o papel do Mecanismo Africano para impulsionar a boa governação no continente, realizar eleições e garantir que a sociedade civil seja livre para desempenhar o seu papel essencial.
O Mecanismo Africano, afirmou, trouxe “melhorias notáveis” nos sistemas de governação africanos, como demonstra a iniciativa dos Chefes de Estado de auto-avaliação voluntária, lançada em 2003 e destinada a partilhar e reforçar as melhores práticas.
O Secretário-Geral da ONU recordou que 14 países africanos estão entre os que ratificaram o Acordo de Paris sobre as alterações climáticas, contribuindo para a entrada em vigor do tratado, no próximo mês.
A semana de África na ONU começou esta semana, sob o lema “Desenvolvimento sustentável, paz e segurança na região”, com o objectivo de buscar parcerias para promover mudanças no continente berço da Humanidade. Participam no evento vários Estados-membros da União Africana, o Escritório do Conselheiro Especial do Secretário-Geral para África, a Comissão Económica para África, a Agência da Nova Parceria para o Desenvolvimento de África (NEPAD), o Mecanismo Africano e as Comunidades Económicas Regionais do continente. Representantes de governos, entidades regionais e sociedade civil do continente africano e da comunidade internacional participam no encontro, no qual devem ser apresentadas uma série de estudos e relatórios. A Semana de África 2016 marca o primeiro ano de execução da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 2063 da União Africana, com metas para as próximas cinco décadas.
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