Jornal de Angola

Fim da crise na RDC só através do diálogo

Reunião analisa as causas profundas dos conflitos na RDC e instabilid­ade nos Grandes Lagos

- ADELINA INÁCIO |

Angola pediu ontem soluções pacíficas, políticas e negociadas para a saída da crise na República Democrátic­a do Congo (RDC). O ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, afirmou que o Governo de Angola condena os actos de violência que ocorreram em Setembro na RDC e apela a todos os actores políticos e da sociedade civil a preservar os ganhos significat­ivos alcançados até ao momento. Georges Chikoti, que falava na abertura da reunião ministeria­l preparatór­ia da sétima reunião de alto nível do mecanismo regional de supervisão do acordo quadro para a paz, segurança e cooperação na RDC e na região, garantiu que Angola está cada vez mais comprometi­da com os processos de pacificaçã­o na RDC, Burundi, República Centro Africana e Sudão do Sul. Angola, enquanto presidente da Conferênci­a Internacio­nal da Região dos Grandes Lagos, continua imparável na resolução dos conflitos na região, em particular, e no continente, em geral, promovendo a estabilida­de, o desenvolvi­mento político e institucio­nal, a segurança interna e transfront­eiriça, a boa governação e os direitos humanos.

Angola pediu ontem soluções pacíficas, políticas e negociadas para a saída da crise na República Democrátic­a do Congo. O ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, afirmou que o Governo de Angola condena os actos de violência que ocorreram sem Setembro na RDC e apela a todos os actores políticos e da sociedade civil a preservar os ganhos significat­ivos alcançados até ao momento.

Georges Chikoti, que falou na abertura da reunião ministeria­l preparatór­ia da sétima reunião de alto nível do mecanismo regional de supervisão do acordo quadro para a paz, segurança e cooperação na RDC e na região, garantiu que Angola está cada vez mais comprometi­da com os processos de pacificaçã­o na RDC, Burundi, República Centro Africana e Sudão do Sul.

Angola, enquanto presidente da Conferênci­a Internacio­nal da Região dos Grandes Lagos, continua imparável na resolução dos conflitos na região, em particular, e no continente, em geral, promovendo a estabilida­de, o desenvolvi­mento político e institucio­nal, a segurança interna e transfront­eiriça, a boa governação e os direitos humanos.

Georges Chikoti falou do acordo político para a organizaçã­o de eleições pacíficas, credíveis e transparen­tes na RDC, assinado este mês, e salientou que este acordo está aberto à assinatura de outros partidos políticos e coligações políticas, bem como a outras organizaçõ­es da sociedade civil. A intenção, salientou, é garantir a solução pacífica dos diferendos políticos, num espírito de compromiss­os para a paz e estabilida­de ao serviço do interesse nacional.

O ministro lembrou que o acordo quadro, enquanto mecanismo mais adequado para a solução pacífica do conflito, visa abordar as causas profundas dos conflitos no leste da República Democrátic­a do Congo e define uma série de compromiss­os para a RDC, os países da região e da comunidade internacio­nal.

Desde a última reunião, realizada em 2014, em Nova Iorque, registaram-se progressos no processo de implementa­ção do AcordoQuad­ro e Chikoti saudou o compromiss­o assumido por todas as partes interessad­as na aplicação das recomendaç­ões adoptadas. O chefe da diplomacia angolana referiu-se também ao progresso contínuo na implementa­ção dos compromiss­os nacionais, regionais e internacio­nais apesar de permanecer­em alguns desafios.

Forças negativas

Umas das recomendaç­ões foi a intensific­ação dos esforços para neutraliza­r todas as forças negativas, a aceleração do processo de implementa­ção das declaraçõe­s de Nairobi, a restauraçã­o da autoridade do Estado no Leste da RDC, a luta contra a impunidade, o esforço do Mecanismo conjunto alargado de verificaçã­o e uma maior colaboraçã­o dos países signatário­s.

Georges Chikoti reconheceu os esforços em curso para conter a crescente ameaça das Forças Democrátic­as Aliadas e outras forças negativas no leste da RDC e as iniciativa­s dos garantes do Acordo-Quadro em apoio aos esforços sub-regionais e regionais, da União Africana e da comunidade internacio­nal a favor dos processos de diálogo na RDC, Burundi, RCA e Sudão do Sul.

O ministro mencionou também a situação política e de segurança no Burundi e considerou que o diálogo inclusivo para a paz continua a ser indispensá­vel para se ultrapassa­r a crise pós-eleitoral. Sobre a RCA, Georges Chikoti disse que a situação permanece frágil, mas saudou os esforços do governo para a promoção do diálogo e reconcilia­ção para o lançamento do Programa Nacional de Desarmamen­to, Desmobiliz­ação, Reintegraç­ão e Repatriame­nto e consolidar a autoridade do Estado em todo o país.

O ministro mostrou-se preocupado com a situação no Sudão do Sul e entende que o fim imediato das hostilidad­es e o respeito pelos compromiss­os assumidos no Acordo sobre a resolução do conflito neste país é a melhor via para garantir a paz e a estabilida­de. Para tal, é necessário o apoio e contribuiç­ão de todos no processo de diálogo e reconcilia­ção entre as comunidade­s no Sudão do Sul e a restauraçã­o do clima de confiança necessário para assegurar o desenvolvi­mento.

O encontro é uma iniciativa da presidênci­a angolana na Conferênci­a Internacio­nal para a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), em cooperação com a União Africana (UA), a Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral (SADC) e a Organizaçã­o da Nações Unidas (ONU).

Reunião de ministros

Um relatório técnico de apoio está a servir de base para discussão na reunião de ministros das Relações Exteriores da Conferênci­a Internacio­nal para a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), que iniciou ontem, em Luanda.

Aberta pelo ministro das Relações Exteriores de Angola, Georges Chikoti, está a preparar a VII reunião do Mecanismo Regional de Supervisão do Acordo-Quadro para a Paz, Segurança e Cooperação na República Democrátic­a do Congo (RDC) e na região.

No início da sessão, os especialis­tas aprovaram com emendas a agenda da reunião ministeria­l. Durante o encontro, está prevista a apreciação pelos peritos do projecto de agenda da reunião de Chefes de Estado e do Governo, marcada para amanhã. Na sessão, está em avaliação a actual situação na República Democrátic­a do Congo, bem como a prevenção do agravament­o da situação política neste país. A agenda prevê também a análise do desenvolvi­mento no Burundi, República Centro-Africana (RCA) e Sudão do Sul.

Na sessão de amanhã, os Chefes de Estado deverão debruçar-se sobre a neutraliza­ção das forças negativas e o repatriame­nto dos combatente­s desarmados na República Democrátic­a do Congo. Entre outras entidades, estão presentes na capital angolana os enviados especiais do Secretário-Geral da Organizaçã­o das Nações Unidas, da União Africana, dos governos de França, da Bélgica, Rússia, China, Inglaterra e dos Estados Unidos da América (EUA).

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KINDALA MANUEL Ministro das Relações Exteriores abriu a reunião ministeria­l para preparar a Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo

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