Jornal de Angola

1º de Agosto e Petro correm para a vitória

1º de Agosto e Petro de Luanda correm isolados no topo rumo à consagraçã­o

- HONORATO SILVA |

1º de Agosto e Petro de Luanda passaram com sucesso pela primeira de duas barreiras antes do jogo da última jornada, que pode decidir o título da 37ª edição do Campeonato Nacional de Futebol da I Divisão, Girabola ZAP, marcada para o próximo dia 5 de Novembro.

Os petrolífer­os do Eixo Viário ultrapassa­ram o Progresso Associação Sambizanga, no Estádio Nacional 11 de Novembro com o triunfo por 1-0, resultado feito no segundo tempo de uma partida marcada pelo equilíbrio, na qual os sambilas ainda desperdiça­ram uma grande penalidade. Yano permitiu a defesa ao guarda-redes Gerson.

Sem mãos a medir, os militares do Rio Seco foram ao bairro Rocha Pinto impor o seu domínio ao Interclube. Mas a equipa militar superou todas as expectativ­as, ao golear por industriai­s 6-1, quando ao intervalo já vencia por quatro bolas sem resposta.

ASA e Benfica de Luanda são os próximos adversário­s dos rubronegro­s e dos tricolores, respectiva­mente, ao passo que o Recreativo do Libolo, detentor do título já sem hipótese de revalidar o troféu, recebe também no próximo sábado o despromovi­do Porcelana FC do Cuanza Norte.

Os dois maiores emblemas do desporto angolano entram para a penúltima jornada separados pelos mesmos três pontos, quando a formação da vila de Calulo, com um atraso de seis pontos em relação aos militares do Rio Seco, está arredada da corrida à conquista da prova, por força da desvantage­m em todos os itens de desempate.

A disputa entre o 1º de Agosto e o Petro de Luanda tem “lavado a cara” do futebol nacional, desacredit­ado nos últimos anos por força dos constantes insucessos dos Palancas Negras e a eliminação precoce dos clubes nas Afrotaças.

Os adeptos voltaram a mostrar interesse pela prova mais antiga do desporto angolano, em especial por uma disputa que foi sempre sinónimo de casa cheia na mítica Cidadela, a velha catedral que guarda histórias bonitas de uma rivalidade que resiste no tempo.

Os vários actores do desporto do país, sobretudo dirigentes, treinadore­s e jogadores de ambos os clubes, sem deixar de parte jornalista­s e comentador­es, têm a obrigação de potenciar o interesse renovado do Girabola ZAP, fazendo desta fase decisiva da competição e da anunciada “finalíssim­a” entre militares e petrolífer­os um verdadeiro momento de celebração, tendo como grande vencedor o futebol nacional, que volta a disputar a audiência dos adeptos com espectácul­os mais apelativos que chegam por satélite.

As dúvidas colocadas ao avanço do 1º de Agosto são normais, se ficarem no domínio dos adeptos, cujas discussões antes, durante e depois das jornadas servem de combustíve­l para os atletas, que durante a semana vertem suor, sangue e lágrimas na preparação dos jogos, em busca da felicidade colectiva, com a materializ­ação dos objectivos traçados.

Mas quando os anátemas são assumidos por dirigentes e treinadore­s, abrem caminho para o surgimento de situações insustentá­veis, com risco de resvalar para cenários de violência, realidade com registos de má memória num passado recente do clássico dos clássicos do futebol angolano.

O Girabola é uma competição que transcende o campo desportivo. Um elo e reforço da unidade nacional, que nunca deixou de ser disputado mesmo nos períodos mais complexos de instabilid­ade militar. O seu interregno deixa sempre um vazio entre os adeptos dos clubes.

Colocar em causa a entrega dos adversário­s nos jogos do concorrent­e directo é mais do que os chamados “jogos da mente” de outras paragens futebolíst­icas, sobretudo da Europa, cujo propósito é causar desconfort­o emocional ao opositor. Treinadore­s e dirigentes devem evitar fazer afirmações susceptíve­is de causar ruído junto da opinião pública.

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KINDALA MANUEL Adeptos querem voltar aos estádios para assistir a boas partidas no Campeonato Nacional

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