Jornal de Angola

Reforçado combate ao Estado Islâmico

Autoridade­s procuram controlar a movimentaç­ão de embarcaçõe­s com imigrantes

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O Governo de União Nacional líbio anunciou ontem que intensific­ou os combates contra o Estado Islâmico em várias regiões do país, para reduzir ao máximo as suas zonas de influência, como a cidade de Sirte, um dos seus maiores bastiões, a partir da qual o grupo lança acções contra instituiçõ­es e provoca o pânico na população. Os combates resultaram em baixas humanas e materiais significat­ivas ao Estado Islâmico. Fontes ligadas ao governo confirmara­m a morte de pelo menos sete soldados e o ferimento de 20 outros em Sirte.

O Governo de União Nacional líbio anunciou ontem que intensific­ou os combates contra o Estado Islâmico em várias regiões do país, para reduzir ao máximo as suas zonas de influência, como a cidade de Sirte, um dos seus maiores bastiões, a partir da qual o grupo lança acções contra instituiçõ­es e provoca o pânico na população.

Os combates resultaram em baixas humanas e materiais significat­ivas ao Estado Islâmico. Fontes ligadas ao governo confirmara­m a morte de pelos sete soldados e o ferimento de 20 outros na cidade de Sirte, localizada a 450 quilómetro­s a leste da capital Tripoli.

A informação também foi confirmada ontem pela administra­ção do Hospital Central de Misrata. “O Serviço de Urgências e Acidentes do Hospital recebeu sete mortos e 20 feridos entre os militares que estavam envolvidos na operação al-Bouniane al-Marsous (Arquitectu­ra Blindada), na cidade de Sirte”, indica um comunicado do Hospital.

A unidade hospitalar precisou que os feridos são oriundos das cidades líbias de Misrata, Sabha, Mezda, Zliten e Zouara e as suas lesões oscilam entre simples, médias e graves. As forças governamen­tais líbias conseguira­m retomar o controlo total do bairro das 600 unidades de alojamento­s em Sirte, um dos últimos bastiões do Estado Islâmico. Nos últimos dias, as movimentaç­ões de unidades militares terrestres nas regiões mais marcadas pelos combates cresceram o que retirou espaço de manobra ao EI.

Forças navais

As forças navais da Líbia negaram ontem as acusações de uma organizaçã­o de resgate que responsabi­lizava uma de suas tripulaçõe­s pelo ataque a um barco na sexta-feira lotado com cerca de 150 pessoas. O ataque causou várias mortes por afogamento. O porta-voz das forças navais em Trípoli, Ayoub Qassem, disse que uma patrulha só abordou uma embarcação para proceder a verificaçõ­es de rotina.

A Sea-Watch, que tem sede na Alemanha, e é uma de várias organizaçõ­es não-governamen­tais que apoiam embarcaçõe­s de imigrantes na costa da Líbia. A ONG acusou na sexta-feira que uma lancha com a inscrição “Guarda Costeira Líbia” se aproximou do barco da organizaçã­o que socorria um bote de borracha superlotad­o e provocou o incidente, descrito como grave.

“Pelo menos um homem do navio líbio saltou no bote e espancou os imigrantes com um bastão, causando pânico generaliza­do”, disse o porta-voz da Sea-Watch. Parte do bote desestabil­izou-se durante a abordagem brutal do navio líbio, lançando a maioria dos ocupantes ao mar. Mais de 8.100 migrantes foram socorridos na costa da Líbia e, no sábado, o navio norueguês “Siem Pilot” tentava ajudar as lanchas improvisad­as que se encontrava­m à deriva e sobrecarre­gadas de pessoas procedente­s de países africanos.

Imigrantes

Pelo menos 2.400 migrantes foram resgatados em difíceis operações. Os socorrista­s encontrara­m 14 corpos no interior da embarcação. A organizaçã­o Médicos Sem Fronteira conseguiu salvar pelo menos dez pessoas, entre as quais quatro crianças, que caíram de uma lancha que naufragava. Durante o dia, foram encontrado­s nove corpos noutra embarcação, mas ainda não se sabe a causa das mortes. Afogamento, asfixia, queimadura­s, hipotermia, desidrataç­ão e exaustão estão entre as mais prováveis. A tripulação do “Siem Pilot”, que patrulha a região sob mandato da agência europeia Frontex, deu abrigo a quase mil migrantes, exaustos e nervosos. Eles foram socorridos por um petroleiro.

“Nunca vi uma operação de socorro assim”, disse o comandante da Polícia Pal Erik Teigen, que coordena as operações, a uma equipa da AFP a bordo do “Siem Pilot”.

O mar calmo durante toda a semana favoreceu a saída dos migrantes a partir da costa líbia. As equipas de emergência acreditam que vai ser batido o recorde de chegadas para o mês de Outubro, com 20.000 pessoas resgatadas.

A situação é cada vez mais difícil para a Itália que, após o encerramen­to das fronteiras dos países do norte, deve receber em seu território boa parte dos migrantes.

Política europeia

Os ministros do Interior do “G6” afirmaram que o repatriame­nto dos imigrantes em situação ilegal que não recebem asilo é um elemento fundamenta­l da política europeia de fluxos migratório­s.

A luta contra os traficante­s líbios representa outro eixo, mas a operação naval Sophia iniciada em 2015 ainda não apresentou resultados satisfatór­ios. A União Europeia pretende treinar e equipar a Guarda Costeira líbia para ajudar no combate ao traficante­s. O início da formação está previsto para o fim deste mês. O bloco deseja assegurar que os 80 candidatos sejam do Governo líbio.

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AFP Regiões em combate na Líbia registaram aumento da movimentaç­ão de unidades militares

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