1º de Agosto é campeão
MILITARES FESTEJAM UMA DÉCADA DEPOIS Carlos Hendrick da Silva atinge objectivo no início do segundo mandato
Um 1º de Agosto com estofo de campeão arrumou ontem as contas em torno da conquista do título do Girabola ZAP, ao derrotar o ASA por convincentes 3-0, no Estádio Nacional 11 de Novembro, desfecho que deitou por terra a hipótese da consagração ser decidida na última jornada frente ao Petro de Luanda.
Terceira escolha de Carlos Hendrick, depois do angolano Romeu Filemon e do luso-moçambicano Daúto Faquirá, o bósnio Dragan Jovic acabou por fazer valer a aposta, que rendeu um quarto lugar, na estreia em 2014, e um segundo com os mesmos pontos do campeão Recreativo do Libolo, no ano passado.
Distinguido dos adversários pela vertigem do seu jogo, cujos traços caracterizadores foram sempre a pressão na saída de bola da equipa contrária e as transições rápidas para o contra-ataque, o 1º de Agosto confirmou o domínio que exerce desde o início da competição, na qual esteve fora do comando da tabela classificativa apenas na jornada inaugural, por apontar menos golos que o Libolo.
A esperada tarefa difícil frente ao aflito ASA acabou por ser uma jornada de afirmação da supremacia dos rubros e negros, que só não repetiram a vitória gorda alcançada diante do Interclube (6-1) por pura infelicidade dos seus jogadores. O “excesso de precisão” levou-os a fazer o mais difícil: acertar a bola na trave da baliza dos aviadores.
Depois de uma postura combativa nos primeiros 45 minutos, a formação do aeroporto acabou por se render à força futebolística dos militares. À “lei da bomba”, Buá abriu o caminho da vitória com um golo de bandeira, ao rematar à entrada da área sem hipóteses de defesa para o guarda-redes Maguete. Estava estendido o tapete vermelho para o espectáculo de gala dos pupilos de Dragan Jovic, que ainda deixaram o adversário acreditar no empate.
Antes de desferir os golpes de misericórdia, o 1º de Agosto desperdiçou uma grande penalidade. Gelson, o melhor activo da equipa, rematou com estrondo para a trave. Mas depois não teve qualquer tipo de complacência com a defesa do ASA, ao assistir Ary Papel no seu segundo golo da tarde, sendo que o primeiro resultou de um lance de compêndio.
Com o guarda-redes Tony Cabaça a servir de pêndulo emocional no balneário, por ser o único sobrevivente do plantel campeão em 2006, sob o comando do holandês Jan Brouwer, coadjuvado pelo angolano Miller Gomes, o 1º de Agosto evitou prolongar a discussão do título.
Mas a confirmação chegou alguns minutos depois: jogadores, treinadores e assistentes técnicos seguiram expectantes, no relvado, os últimos instantes do relato do Benfica de Luanda-Petro de Luanda. Quando chegou a informação do empate do rival no Estádio Municipal dos Coqueiros, foi uma explosão de alegria que se estendeu ao balneário.
Os petrolíferos do Eixo Viário não foram capazes de violar a estrutura defensiva montada por Zeca Amaral. As águias interromperam a série vitoriosa de oito triunfos consecutivos da equipa de Roberto Bianchi. Ainda assim, fica registada a excelente recuperação dos tricolores.
Noutras partidas, o Progresso Sambizanga derrotou o Sagrada Esperança, por 2-0, o Recreativo do Libolo despachou em casa o despromovido Porcelana FC (4-2), o Desportivo da Huíla foi ao reduto do Recreativo da Caála vencer por 1-0, resultado repetido pelo 1º de Maio de Benguela, também já arredado da prova, em casa do Progresso da Lunda Sul, enquanto a Académica do Lobito superou o Kabuscorp do Palanca (2-1) e o 4 de Abril empatou sem golos frente ao Interclube.
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