Trump abala mercados
Numa altura em que a candidata democrata Hillary Clinton e o candidato republicano Donald Trump apresentam os argumentos finais antes da eleição presidencial dos Estados Unidos, que se realizam na próxima semana, os mercados financeiros foram abalados na quarta-feira após pesquisas de intenção de voto mostrarem uma disputa cada vez mais apertada para a Casa Branca.
Apesar de a maior parte das sondagens nos EUA apontarem para uma vitória de Hillary Clinton, a candidata democrata perdeu a vantagem confortável que tinha no fim do mês passado, e investidores começam a considerar a possibilidade de o magnata republicano de Nova Iorque vencer as eleições presidenciais de terça-feira.
Acções globais, o dólar e o preço do petróleo caíram na quarta-feira, enquanto activos seguros como o ouro e o franco suíço subiram à medida que investidores se mostraram nervosos sobre a campanha.
“A expectativa sempre foi que os preparativos para as eleições presidenciais seriam intensos, mas os eventos dos últimos dias têm seriamente afectado o sentimento dos investidores”, afirmou Craig Erlam, analista de mercado da Oanda, em Londres. A ansiedade dos investidores agravou-se nas últimas sessões devido ao cenário cada vez menos improvável de uma vitória do candidato Donald Trump frente à incerteza sobre a sua posição em relação a temas como política externa, relações comerciais e imigrantes. Antiga primeira-dama dos EUA Hillary Clinton é vista pelos mercados como “a candidata do status quo”.
Donald Trump, que nunca concorrera a um cargo electivo, tem feito uma campanha com propostas de rever pactos comerciais e construir um muro na fronteira com o México.
Um levantamento do mercado feito pela agência de notícias Reuters no mês passado mostrou que a maioria dos analistas prevê que as acções norte-americanas iam ter desempenho melhor num Governo de Hillary Clinton do que numa Administração Trump.
As acções nos EUA fecharam em baixa na quarta depois que o FED, o Banco Central norte-americano, manteve a taxa de juros sem mudanças, mas sinalizou que podia aumentá-la em Dezembro.
A redução, desde a semana passada, da vantagem de Hillary Clinton sobre Donald Trump são consequências do retorno da polémica sobre o uso que a antiga secretária norte-americana de Estado fez de um servidor privado de emails quando exercia o cargo.