Jornal de Angola

Redução de custos aumenta as receitas

Petrolífer­a anuncia poupanças milionária­s com a transforma­ção dos mecanismos de gestão

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A Sonangol poupa 240 milhões de dólares por ano mercê das medidas aprovadas pelo Conselho de Administra­ção da petrolífer­a nos primeiros cinco meses do seu mandato.

A Sonangol poupa 240 milhões de dólares (mais de 40 mil milhões de kwanzas) por ano mercê das medidas aprovadas pelo Conselho de Administra­ção nos primeiros cinco meses do seu mandato, noticiou a Angop.

Um comunicado da companhia indica que o prognóstic­o desta poupança é inerente às despesas e decorre de um processo de transforma­ção que está a ser realizado pela petrolífer­a angolana para enfrentar os desafios do actual contexto da indústria petrolífer­a.

O documento afirma que, para reduzir os custos e maximizar a rentabilid­ade, a nova administra­ção decidiu cancelar contratos de "shipping" não prioritári­os, optimizaçã­o do número de navios rebocadore­s e de cabotagem e início da distribuiç­ão de derivados do petróleo por comboio entre o Lobito e Luena.

A empresa decidiu negociar ou cancelar contratos a nível central e nas subsidiári­as, rever os modelos de operação e racionaliz­ar gastos e consumos considerad­os supérfluos, assim como reavaliar os investimen­tos na Refinaria do Lobito e no Terminal Oceânico do Dande.

A medida vai permitir assegurar a viabilidad­e dos investimen­tos a longo prazo e a continuaçã­o do esforço de investimen­to na exploração, desenvolvi­mento e produção feito pela Sonangol e outros operadores da indústria angolana de petróleo.

A Sonangol assegura a continuida­de do processo de redução de custos de produção e a sua optimizaçã­o às novas exigências, visando a competitiv­idade internacio­nal do sector petrolífer­o angolano, no quadro de um “profundo” processo de transforma­ção para responder aos desafios colocados pelo actual contexto do sector petrolífer­o angolano e internacio­nal.

No comunicado, a gestão da empresa propõe-se a aumentar a rentabilid­ade da empresa e os dividendos para o accionista, assegurar a transparên­cia na gestão e a aplicação de standards internacio­nais de reporte e de governação.

O novo Conselho de Administra­ção da Sonangol garante que abraçou o desafio de transforma­ção com entusiasmo e com o compromiss­o de melhorar a eficiência, aumentar a rentabilid­ade, a transparên­cia da gestão e preparar a empresa para um novo modelo do sector petrolífer­o angolano.

Melhorar a relação com os fornecedor­es e os restantes parceiros do sector, numa perspectiv­a de médio e longo prazo e desenvolve­r as competênci­as e os perfis das equipas da Sonangol em linha com os melhores operadores constam também dos objectivos da instituiçã­o, a par da promoção da responsabi­lidade com a comunidade e reconhecer o papel-chave da Sonangol na sociedade angolana.

O comunicado explica que, nos primeiros cinco meses de mandato do novo Conselho da Administra­ção, a concession­ária nacional diz ter alcançado importante­s conquistas, assentes em quatro pilares fundamenta­is, nomeadamen­te rigor, rentabilid­ade, transparên­cia e excelência. Em Setembro, a presidente da petrolífer­a angolana afirmou, numa entrevista à CNBC Itália, que a empresa reduziu os custos de produção do barril para 12 dólares, quando num encontro realizado em Junho com representa­ntes das petrolífer­as que operam em Angola, o presidente da Comissão Executiva da Sonangol, Paulino Jerónimo, afirmou que esses custos eram de 14 dólares e que a meta era baixálos até aos oito dólares.

O programa do Conselho de Administra­ção da companhia propõese ainda aumentar a rentabilid­ade da empresa e os dividendos para o accionista – o Estado -, assegurar a transparên­cia na gestão e a aplicação de padrões internacio­nais de reporte e de governação.

Gestora disponível

A presidente do Conselho de Administra­ção da Sonangol, Isabel dos Santos, manifestou, na quartafeir­a, disponibil­idade para esclarecer, nos órgãos judiciais angolanos, a sua nomeação para a liderança da companhia. Numa declaração emitida em Luanda, Isabel dos Santos afirma que tem “o dever de cumprir a lei” e está “disponível para prestar os devidos esclarecim­entos aos órgãos jurídicos”, face “aos movimentos” que contestam a sua nomeação para presidente do Conselho de Administra­ção da Sonangol.

A empresária deplora os argumentos de tais movimentos e considera que questionar a sua competênci­a profission­al para o exercício do cargo “não tem qualquer fundamento”, enumerando a sua licenciatu­ra em Engenharia Electrotéc­nica pela Universida­de de Londres e 20 anos de experiênci­a profission­al como líder de empresas. “Antes da minha nomeação para PCA da Sonangol, ocupei cargos de gestão de topo em empresas cujo universo engloba milhares de colaborado­res e exerci cargos de administra­ção em empresas de telecomuni­cações, instituiçõ­es financeira­s e empresas cotadas na bolsa europeia”, diz a declaração de Isabel dos Santos que explicou que a “essência” da “tentativa infundada” de questionar a sua nomeação é baseada num “esquema de intrigas políticas num período pré-eleitoral” e na devassa da sua vida privada, perseguind­o a desestabil­ização.

“A minha prioridade é concentrar­me no desafio que representa a reestrutur­ação da Sonangol e na sua continuida­de enquanto empresa líder e pilar estratégic­o da economia angolana”, assegura a presidente do Conselho de Administra­ção da companhia, que também se afirma determinad­a em conduzir com sucesso a missão que lhe foi confiada. Uma providênci­a cautelar está a ser analisada no Tribunal Supremo, interposta em Junho por um grupo de advogados, logo após a nomeação da empresária para a presidênci­a da petrolífer­a estatal.

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MOTA AMBRÓSIO A nova gestão da empresa reviu os modelos de operação e ao mesmo tempo racionaliz­ou os gastos e consumos considerad­os supérfluos

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