A Pátria em primeiro lugar
Manuel Vicente proferiu um discurso durante o acto central dos 41 anos de Independência Nacional
O Vice-Presidente da República, Manuel Vicente, apelou ontem à unidade, tolerância e coesão nacionais para o desenvolvimento harmonioso do país, sublinhando que a Pátria deve estar sempre acima dos interesses individuais. Manuel Vicente, que discursava em Ndalatando no acto central das comemorações do 41º aniversário da Independência Nacional, realçou que seja em que circunstância for, os angolanos devem permanecer unidos e pensar que a Pátria, libertada a 11 de Novembro de 1975, se encontra sempre acima dos interesses individuais e de grupos. O Vice-Presidente lembrou que a Pátria só prospera com a satisfação das necessidades de todos. As eleições gerais, que se realizam no próximo ano, também foram referidas no discurso do Vice-Presidente da República, que apelou à população para o registo eleitoral e pediu aos actores políticos tolerância e respeito pelas ideias dos outros. “É responsabilidade de todos os cidadãos, dos partidos políticos, das igrejas e ONG criar condições espirituais para que as eleições decorram num clima de paz, segurança e respeito mútuo”, considerou Manuel Vicente.
O Vice-Presidente da República apelou ontem à unidade, tolerância e coesão nacionais para o desenvolvimento do país. Manuel Vicente, que discursava em Ndalatando no acto central das comemorações do 41º aniversário da Independência Nacional, disse ser “preciso não esquecer que somos todos angolanos, com direitos e deveres iguais perante a lei e que somos um só povo e uma só Nação.”
Num discurso marcadamente de unidade, de paz, tolerância e progresso, Manuel Vicente realçou ainda que “seja em que circunstância for, devemos permanecer unidos e pensar que a nossa pátria, libertada a 11 de Novembro de 1975, se encontra sempre acima dos interesses pessoais e individuais”. O Vice-Presidente lembrou que a Pátria só prospera se se satisfizer as necessidades individuais de cada cidadão. Por isso, exortou para que todos trabalhem e estejam unidos para marchar rumo a um futuro de bem-estar, progresso e prosperidade.
“Este é um momento de grande alegria para todos nós e também de muitas recordações sobre o heróico combate e sobre inúmeros sacrifícios consentidos pelo povo angolano para sermos finalmente livres e donos do nosso próprio destino”, lembrou Manuel Vicente, destacando o papel do povo do Cuanza Norte na guerra contra o colonialismo. Numa breve incursão histórica, o Vice-Presidente lembrou ser um símbolo de transcendente importância que o túmulo da heróica e resistente Rainha Jinga Mbande se encontre situado na província do Cuanza Norte, lembrando ainda que o Corredor do Cuanza foi a primeira e principal via de penetração do colonialismo.
As eleições gerais, que se realizam no próximo ano, também foram referidas no discurso do VicePresidente da República. Perante a população que encheu o Largo 1º de Maio, Manuel Vicente apelou à participação de todos naquilo que considerou “grande momento democrático da vida nacional (eleições)”. Pediu que todos os cidadãos maiores de idade façam o seu recenseamento e actualização dos dados do registo eleitoral. “É responsabilidade de todos os cidadãos, dos partidos políticos, das igrejas e ONG criar condições espirituais necessárias para que as eleições decorram num clima de paz, segurança e respeito mútuo”, considerou Manuel Vicente.
O Vice-Presidente defendeu que se cultive o espírito de respeito pelas ideias dos outros e de tolerância, pois “somos cidadãos livres de um país onde cada um tem os seus direitos individuais e deve respeitar a lei e a ordem existente”.
Momento de oportunidades
Manuel Vicente lembrou que o país atravessa um momento de crise e disse que o importante é encará-la, não só como um momento mau, mas também como uma oportunidade para se fazer melhor no desenvolvimento de novos projectos. O Vice-Presidente da República afirmou que o país é rico em água e solos férteis e que nele se podem produzir todos os tipos de alimentos, como ocorre no Cuanza Norte, onde se pode cultivar o algodão e frutos como a banana, ananás, abacate e café, além de reunir também boas condições para a pecuária, com relevância para os bovinos de carne e leite, os suínos, os caprinos e as aves.
Numa breve consideração sobre as potencialidades da província do Cuanza Norte, Manuel Vicente disse que nela se pode perspectivar uma estratégia de exploração sustentável dos recursos florestais, de introdução de espécies exóticas de rápido crescimento, de reabilitação e instalação de perímetros comunitários, como os da Pamba e Kiangombe e instalar um novo polígono na periferia de Ndalatando.
A província, prosseguiu, tem grande capacidade para o desenvolvimento de pólos industriais, designadamente no Dondo e no Lucala, além de possuir muitos rios e lagos que podem ajudar para o desenvolvimento industrial e reduzir os custos de produção, apesar de as infra-estruturas de apoio estarem ainda pouco desenvolvidas.
Em torno da capacidade energética da província, o Vice-Presidente da República lembrou estar em curso o alteamento da barragem de Cambambe, que além de reduzir os problemas de energia, vai impulsionar o crescimento industrial, económico e social.
Eco-turismo
O Vice-Presidente da República sublinhou que é também preciso desenvolver o eco-turismo, “uma outra riqueza que constitui em todo o mundo uma importante fonte de receitas.” A província do Cuanza Norte, disse, tem animais selvagens, paisagens, florestas muito ricas e belas capazes de atrair muitos visitantes, desde que para tal sejam criadas infra-estruturas de apoio.
Ainda em torno do turismo, defendeu uma maior conservação e valorização das marcas físicas do passado colonial, como fortalezas, igrejas e outros edifícios para que, tanto nacionais como estrangeiros aprofundem o conhecimento da história do país. Não é por acaso, disse, que Angola tem a ideia de inscrever a candidatura do Corredor do Cuanza a Património da Humanidade, no âmbito da Unesco. Defendeu, para o efeito, urgência na melhoria das vias de acesso, que além de relançarem a agricultura, vão desenvolver também a actividade turística.
Num apelo à superação das actuais carências e insuficiências, Manuel Vicente pediu que a população do Cuanza Norte redobre a sua entrega ao trabalho.
Combate à pobreza
Na presença de representantes eclesiásticos, de partidos políticos, deputados e sociedade civil, Manuel Vicente referiu que hoje o Cuanza Norte deve prosseguir para vencer a fome, a pobreza, o analfabetismo, as doenças endémicas e o desemprego, mencionando que cerca de 90 por cento da população daquela província vive ainda em casas precárias de adobe e milhares em zonas de risco. “Ainda não se verifica aqui um ritmo acentuado de construção e reabilitação de infra-estruturas, como nas outras províncias”, reconheceu.
O Vice-Presidente da República apontou o que considera de prioridades para o Cuanza Norte, as quais passam pela manutenção das vias principais, construção de estradas, a melhoria das vias de acesso às zonas de produção agrícola e a construção de armazéns de frio para a conservação, a construção de linhas de média tensão, o reforço das infra-estruturas de ensino e saúde, bem como o desenvolvimento da agricultura familiar, o comércio informal, a pesca de subsistência, a preservação ambiental, o turismo e o lazer.
“Se aumentarmos o rigor, a disciplina e a nossa eficácia, poderemos fazer muito mais e em menos tempo. Vamos trabalhar mais e executar os programas do Governo para esta província”, disse Manuel Vicente, que pediu um maior e melhor cuidado para com o património público e dele tirar-se o máximo proveito.
O Vice-Presidente da República reconheceu que apesar de as políticas económicas adoptadas terem favorecido o crescimento da actividade privada, o tecido empresarial no Cuanza Norte é ainda fraco. Mas acredita no potencial da província. “Tal como no passado foi uma referência na resistência e na afirmação identitária, pode, agora, dar um grande contributo ao crescimento e desenvolvimento do nosso país”, disse, numa alusão à necessidade de tornar o tecido empresarial mais forte.
Manuel Vicente falou das incalculáveis potencialidades da província que tem agora milhares de crianças e jovens a frequentar o ensino de base, cursos de formação profissional e o ensino superior, bem como a capacitação dos recursos humanos. “É indispensável que o país, além de quadros e trabalhadores bem formados, disponha também, como frisou o Presidente José Eduardo dos Santos, de capacidade para se implementarem as decisões do Executivo”, defendeu.