GASTOS DIÁRIOS COM INTERNET Clientes da Netflix à frente de África
Os mais de 86 milhões de utilizadores da plataforma Netflix a nível mundial usam num só dia mais dados de Internet do que toda a população do continente africano em seis, revelou a organização nãogovernamental ONE Campaign.
Segundo o relatório “Making the Connection” (Estabelecendo a ligação), que se focou em como o acesso à Internet é fundamental para gerar oportunidades económicas num mundo onde mais de metade da população continua sem acesso à rede, “uma geração de mulheres e raparigas vai permanecer à margem da economia digital global e perder a oportunidade de escapar da pobreza a não ser que se ligue à Internet até 2020”.
De acordo com os autores do documento, a “pobreza é sexista”, ou seja, “as mulheres que vivem nos países menos desenvolvidos têm menos 31 por cento de probabilidades de estar conectadas do que os homens”, estando neste momento 737 milhões de pessoas excluídas do acesso à Internet nesses mesmos países, o que leva à estimativa de que, em 2020, 350 milhões de mulheres e raparigas sejam deixadas para trás neste esforço.
“A capacidade de pagar é uma barreira significativa. As mulheres que estão excluídas nos países em desenvolvimento citam os elevados custos como uma das principais razões para não utilizarem a Internet. Apesar da A Internet é fundamental para gerar oportunidades económicas num mundo onde o acesso à rede está ao alcance de poucos queda dos preços nos países mais pobres, o alto número de pessoas que vivem em absoluta ou extrema pobreza significa que um plano móvel pode custar 15 por cento do rendimento médio e até 30 por cento por uma ligação fixa para o computador. Dadas as disparidades de género pelo mundo, ter Internet básica é um fardo financeiro mais alto para mulheres: na África subsariana, por exemplo, as mulheres auferem em média menos 48 por cento do que os homens”, pode ler-se no documento. A ONE Campaign, co-fundada pelo vocalista dos U2, Bono, recorda um estudo de 2009 do Banco Mundial, segundo o qual um aumento de dez por cento em ligações de Internet de alta velocidade pode representar uma subida do Produto Interno Bruto (PIB) per capita de 1,3 por cento para os países em vias de desenvolvimento.
Desta maneira, o relatório da organização faz quatro recomendações: mais investimento que leve a uma “revolução de competências digitais”, que sejam derrubadas as barreiras no acesso à Internet, mais investimento na disponibilização de dados sobre conectividade e que seja feita uma aposta na construção de infra-estruturas para um futuro digital.
“Os líderes mundiais e os governos doadores, para além das empresas de telecomunicações e dos bancos, precisam de unir-se e investir nas bases das ligações, como a política 'Escava uma vez', segundo a qual nenhuma nova estrada num país em desenvolvimento deve ser feita sem que sejam colocados cabos de banda-larga antes”, referiu em comunicado a directora executiva da ONE para Política Global, Eloise Todd.
Os combatentes do grupo radical Estado Islâmico (EI) lançaram pelo menos três ataques químicos em Setembro e Outubro no sul da cidade de Mossul, denunciou a Human Rights Watch (HRW). Os ataques tiveram como alvo a cidade de Al Qayara, situada a cerca de 50 quilómetros a sul de Mossul, no Curdistão iraquiano, e cujo controlo foi arrebatado ao Estado Islâmico pelo exército no final de Agosto. Houve foguetes que atingiram casas de civis e chegaram perto de um café, causando queimaduras graves e outros sintomas a pelo menos sete pessoas. Um perito independente na detecção de agentes químicos, Keith B. Ward, concluiu que os extremistas utilizaram uma substância química que provoca bolhas na pele, segundo o comunicado da HRW.