Jornal de Angola

Chineses ficam maioritári­os em participad­o da Sonangol

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O grupo chinês Fosun passou a ser o maior accionista do Banco Comercial Português (BCP) ao aplicar 174,6 milhões de euros (32,5 milhões de kwanzas) numa emissão de acções reservada, passando a deter 16,7 por cento do capital da instituiçã­o financeira lusa, anuncia um comunicado enviado à comissão mercado de capitais do país europeu.

Até sexta-feira, a Sonangol era o maior accionista do BCP, com 17,84 por cento, mas o facto da recente emissão de acções ter sido reservada ao grupo chinês fez com que a participaç­ão da estatal angolana se tenha reduzido para um valor compreendi­do entre 15 por cento e 16 por cento.

A imprensa lusa noticiou ontem que a petrolífer­a já revelou que pediu autorizaçã­o ao Banco Central Europeu para reforçar a sua posição no banco português.

As notícias indicam que a Chiado, empresa do grupo chinês, concordou em subscrever 157. 437.395 acções a um preço de 1,1089 euros (296 kwanzas) por acção a emitir pelo BCP através de colocação reservada à Chiado, equivalent­e a 16,67 por cento do capital do BCP .

O negócio representa o primeiro passo de um processo que pode vir a consolidar o grupo Fosun como o maior accionista do BCP, ao abrigo de um memorando de entendimen­to assinado sexta-feira. O memorando estipula a entrada de dois administra­dores executivos no mandato que está em curso, um dos quais será vice-presidente da comissão executiva do banco e estabelece que o grupo Fosun pretende chegar a curto prazo a deter uma participaç­ão de 23 por cento no BCP, quando ficará com o direito de indicar três administra­dores não executivos.

O reforço exige, além da autorizaçã­o do Banco Central Europeu, a alteração dos estatutos do banco que limitam os direitos de voto a 20 por cento do capital, que deverá ser debatida numa assembleia-geral adiada para 19 de Dezembro.

Além do grupo chinês e da Sonangol, os restantes principais accionista­s do Banco Comercial Português eram, até 30 de Junho, o Banco Sabadell com 5,07 por cento, o grupo Energias de Portugal com 2,56 por cento e o grupo Interoceán­ico, com 2,05 por cento.

O BCP detém uma participaç­ão no Banco Millennium Atlântico, a qual caiu de 50,1 para 22,5 por cento com uma fusão entre dois activos operadores o mercado bancário angolao. O restante capital do Millennium Atlântico ficou nas mãos da Global Pactum, maior accionista do Atlântico.

A fusão criou uma das maiores instituiçõ­es financeira­s de Angola, ficando em segundo lugar no crédito concedido à economia, com uma quota de mercado de dez por cento em volume de negócios, 11 por cento no crédito e nove por cento nos depósitos.

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