Contraceptivo masculino é adiado
A ciência esteve quase a ter um anticoncepcional masculino de alta eficácia, mas pesquisadores resolveram interromper os testes após seis por cento dos participantes relatarem efeitos colaterais “intoleráveis” como depressão, alteração do humor, dor muscular, variação da líbido e acne.
A pesquisa foi publicada recentemente no periódico científico “Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism”.
O medicamento foi testado em 320 homens e era aplicado por meio de uma injecção. De acordo com os cientistas, a quantidade de espermatozóides caiu para menos de um milhão por mililitro, um nível considerado infértil pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e permaneceu assim após 24 semanas do início dos testes em 274 participantes.
Ou seja, a eficácia do método foi de 96 por cento em utilizadores contínuos. Um total de 75 por cento dos voluntários disseram que adotariam o método se ele estivesse disponível comercialmente. Apesar dos bons resultados, o estudo foi interrompido com antecedência por órgãos fiscalizadores devido aos riscos que oferecia à saúde.
“É necessário fazer mais pesquisas para avançar esse conceito até ao ponto que esse método contraceptivo seja amplamente disponível para os homens.
Apesar das injeções serem eficazes na reduzação das taxas de gravidez, a combinação de hormonas precisa de ser estudada para se conseguir um avanço entre o equilíbrio de eficácia e segurança”, afirmou Mario Philip Reyes Festin, membro do departamento de pesquisas em reprodução humana da Organização Mundial da Saúde (OMS) e um dos autores do estudo à publicação do Endocrine Society, uma organização internacional de endocrinologia.
Os anticoncepcionais femininos também estão na mira da comunidade médica e geram controvérsia.
Um estudo publicado em maio de 2016, na revista especializada “The BMJ Today”, mostra que as pílulas anticoncepcionais mais recentes têm um risco aumentado de acidentes devido à trombose venosa.
Conduzida por pesquisadores britânicos, o estudo atesta que as mulheres que tomam contraceptivos orais combinados que contêm drospirenona, desogestrel, gestodeno e ciproterona têm um risco de trombose venosa quadruplicado em relação àquelas que não tomam pílula.