Jornal de Angola

Provícia regista vários casos da doença

- MÁRIO CLEMENTE

Mais de 106 casos de lepra foram registados entre 2016 e princípio deste ano na província do Huambo, revelou ontem o supervisor provincial do Programa de Luta contra a Tuberculos­e e Lepra.

Manuel Bengui afirmou que a maior parte dos casos foram detectados nas localidade­s do Mungo com 32, Catchiungo 29, Bailundo 21, o município sede com 17 e Londuimbal­i com apenas uma ocorrência.

Trata-se de um tratamento longo, mas tem-se observado melhorias significat­ivas.

Para combater a doença, o responsáve­l garantiu a existência de fármacos suficiente­s, recordando que os hospitais municipais foram abastecido­s, em Dezembro último, com 558 doses de medicament­os.

Doença contagiosa

Manuel Bengui informa que a lepra é uma doença contagiosa e para se evitar a propagação há a necessidad­e de realização de campanhas de sensibiliz­ação das populações nas comunidade­s sobre as medidas sanitárias necessária­s para a sua erradicaçã­o. O Dia Mundial dos Leprosos assinala-se a 29 deste mês. A data foi instituída em 1959 pela Organizaçã­o das Nações Unidas (ONU), com vista a sensibiliz­ar as pessoas para a não discrimina­ção.

Um total de 250 famílias da comunidade San, localizada­s na área da Hupa, no município de Cacula, província da Huíla, foram, em 2016, integradas em projectos agrícolas, no âmbito de um programa que visa melhorar a qualidade de vida do grupo, informou ontem à Angop a administra­dora da circunscri­ção.

Carmem Duarte disse que as famílias receberam da administra­ção mais de dois mil hectares de terra, onde cultivaram milho, massambala, massango e outros produtos agrícolas.

A responsáve­l considerou o povo San nómada e que sobrevivia da recolha de frutos, e da caça e por isso, referiu que a agricultur­a constitui algo novo para o grupo. Para materializ­ação deste projecto, a direcção da agricultur­a disponibil­izou sementes e fertilizan­tes.

“As famílias também têm sido apoiadas com bens alimentare­s diversos pela administra­ção municipal. A aposta desta comunidade na produção agrícola tem sido boa, pois, a mesma já não depende cem por cento de apoios”, realçou a responsáve­l.

Projecto agro-pecuário

Um novo projecto agro-pecuário de iniciativa privada, denominado “Vida Melhorada”, que visa a criação de gado diverso e a produção de bens alimentare­s, está a ser implementa­da este ano, numa superfície de 100 hectares, no município da Matala, província da Huíla, com apoio do governo. Trata-se de um projecto ligada à agricultur­a, suinicultu­ra, aquicultur­a, avicultura, e a construção de um centro de formação profission­al que será denominada “Escola de Altos Estudos Tecnológic­os da Matala”, informou à Angop, o responsáve­l do projecto, António Jorge Mora.

O programa de trabalhos vai arrancar, numa primeira fase, com um projecto trienal de criação do sistema de auto-sustento, que consiste na criação de condições alimentare­s e na construção de infra-estruturas para acomodar os trabalhado­res.“Estamos a trabalhar, mas antes temos de criar as condições. Portanto, é isso que estamos a fazer agora”, precisou o responsáve­l.

Sem revelar o valor a ser investido no projecto, disse que a empreitada conta com o apoio do Executivo angolano, no âmbito do programa de aumento da produção nacional e diversific­ação da economia.

Pelo menos 860 postos de trabalho serão criados no projecto, 15 dos quais para área administra­tiva, 390 para construção civil, 78 para avicultura, 50 para aquicultur­a, 70 para suinicultu­ra, 250 para agricultur­a, 15 para restauraçã­o, 20 para pastelaria e 20 para fábrica de chouriço.

Formação técnica

Os trabalhado­res a serem inseridos no projecto vão beneficiar de uma formação técnico-profission­al para melhorar o seu desempenho, disse.O município da Matala dista 180 quilómetro­s a leste da cidade do Lubango, província da Huíla, e conta com uma população estimada em 243.938 habitantes.

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