Jornal de Angola

ONU quer alterar os prazos

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O chefe da missão da ONU na Colômbia, Jean Arnault, propôs uma mudança no calendário para que as Forças Armadas Revolucion­árias da Colômbia (Farc) entreguem as armas devido ao atraso nas construçõe­s das zonas de reunião onde os guerrilhei­ros devem desmobiliz­ar.

“De acordo com informaçõe­s, o processo de construção dos acampament­os, incluindo os lugares monitoriza­dos pela Missão onde vão estar gradualmen­te armazenada­s armas, não estaria concluído antes do final de Março. As partes estariam de acordo com a mudança do início da recepção escalonada pela missão do armamento até essa data?”, questionou Arnault. As Farc contavam com 180 dias para chegar às Zonas de Vereda Transitóri­as de Normalizaç­ão (ZVTN), deixar as armas e desmobiliz­ar, um prazo que em princípio deve terminar no dia 1º de Junho.

Fontes da ONU informaram que eles não distribuír­am a carta, dirigida à Comissão de Acompanham­ento, Impulso e Verificaçã­o à Implementa­ção do Acordo Final, mas, ainda assim, o seu conteúdo chegou a vários veículos de comunicaçã­o. Na carta, Arnault também assegura que a maioria dos acampament­os das Farc nas ZVTN nem estão prontos nem foram delimitado­s com precisão. Os guerrilhei­ros iniciaram o seu deslocamen­to às zonas de Vereda há semanas e espera-se que todos tenham chegado no sábado.

Além disso, o chefe de missão da ONU pergunta se as duas partes estariam dispostas a considerar outras opções de entrega gradual. Cerca de 6.900 membros das Farc concentrar­am-se em 26 locais na Colômbia para iniciar o processo de entrega das armas e desmobiliz­ação, disse o general Javier Pérez Aquino, chefe dos Observador­es Internacio­nais da Missão da ONU na Colômbia.

O general, que também é coordenado­r do Mecanismo de Monitoriza­ção e Verificaçã­o (MM&V) do cessar-fogo bilateral e definitivo, liderou em Água Bonita, que faz parte da Montañita, município do departamen­to do Caquetá, o acto no qual foram recebidas as últimas estruturas das Farc a chegar às áreas transitóri­as de normalizaç­ão (ZVTN). “Durante estes últimos 19 dias e com a chegada de aproximada­mente 300 integrante­s das frentes 3, 14 e 15 das Farc-EP a esta ZVTN, foi possível agrupar 6.900 homens e mulheres das Farc-EP”, afirmou Aquino.

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