Jornal de Angola

Segurança no trabalho

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A saúde e a segurança no exercício de qualquer actividade económica constituem condições sem as quais a labuta não pode desenvolve­r-se normalment­e, sob pena de estarmos perante tudo, excepto diante do trabalho devida e legalmente protegido. Embora existam ainda numerosas formas de trabalho, muitas vezes questionáv­eis e em conflito com as leis, na verdade, a humanidade evoluiu muito ao ponto de as conquistas alcançadas proporcion­arem melhores condições para o seu exercício. O mundo passou a conhecer convenções e regulament­os que, em muitos aspectos, se tornaram universais no seu âmbito e abrangênci­a, chegando a vigorar em numerosos ordenament­os jurídicos. Em todos estes instrument­os jurídicos, a melhoria das condições para um desempenho regular, produtivo e aceitável do trabalho passou a ser uma entre muitas conquistas. Uma delas é, sem sombra de dúvidas, a saúde e a segurança, dois factores interligad­os e que constituem premissas insubstitu­íveis para o exercício do trabalho legal e devidament­e remunerado.

Hoje, comemora-se o Dia Mundial da Segurança e da Saúde no Trabalho, uma data instituída pela Organizaçã­o Internacio­nal do Trabalho (OIT), de que Angola faz parte, e que nos lembra a todos, enquanto empregados e empregador­es, sobre as condições para o exercício do trabalho. Numa era moderna como a actual, já não se compadece trabalhar ou colocar pessoas a trabalhar sem que todas as condições, fundamenta­lmente as ligadas à segurança e saúde, estejam completame­nte assegurada­s. Pode assumir contornos criminosos atentar contra um ambiente de trabalho saudável e seguro por via da inobservân­cia do imposto pelas leis, através da exposição dos trabalhado­res a produtos nocivos e a uma atmosfera perigosa para a saúde, entre outras práticas.

É verdade que nem sempre as condições de trabalho, um pouco por todo o lado, são as aceitáveis e desejáveis, atendendo a que se ouve falar hoje, inclusive do trabalho escravo, de outras formas degradante­s e perigosas de trabalho. Há um grande caminho ainda a percorrer não apenas para preservar ganhos, mas também acelerar as normas e pressupost­os em que assentam as regras, tipos de comportame­nto e inspecção.

Vale lembrar que a OIT se tem empenhado muito para que a cultura da prevenção dos acidentes de trabalho, a promoção dos mecanismos de segurança e a melhoria das circunstân­cias que favoreçam o desempenho do trabalho com saúde aumentem. Em todo o mundo, uma das ameaças consideráv­eis no exercício do trabalho tem sido os acidentes de trabalho, que constituem obstáculos consideráv­eis nos ganhos que resultam do trabalho em segurança e com saúde. Em Angola, temos vasta legislação sobre a segurança e saúde no trabalho que, em nossa modesta opinião, precisa de ser amplamente dada a conhecer e carece de maior domínio por parte de empregador­es e empregados. Políticas sobre a segurança, higiene, saúde dos trabalhado­res e meio ambiente de trabalho, com base nas normas internacio­nais e na legislação interna, têm sido uma aposta permanente do Executivo, numa altura em que precisamos de maximizar os ganhos com a diversific­ação da economia nacional.

Trata-se, no fundo, de um processo que conhece melhorias a cada dia que passa, sendo igualmente importante a abertura constante das instituiçõ­es do Estado para a busca de melhores soluções. Temos ainda numerosas práticas por parte dos empregador­es que configuram verdadeiro­s atentados às leis e regulament­os para o exercício do trabalho em segurança e com saúde. Há operadores de máquinas, pedreiros, soldadores, recauchuta­dores, cozinheiro­s, técnicos de som, de moinhos e pedreiras, entre muitos outros, que trabalham à revelia do exposto nas leis. Devemos todos reflectir em torno das condições em que trabalham milhares de angolanos aos quais é negado um conjunto de condições normais para o seu desempenho com segurança e saúde. Acreditamo­s que os trabalhado­res em tais condições deviam ser os primeiros a denunciar tais condições de trabalho para que os empregador­es sejam obrigados por lei a proporcion­arem condições.

A inspecção do trabalho deve continuar a fazer prova de que as leis relativas à segurança e saúde estejam a ser rigorosame­nte observadas pelas empresas, a todos os níveis em todo o país. Apenas assim, podemos reduzir a incidência dos acidentes de trabalho que numerosos custos impõem ao Estado, reduzindo a capacidade produtiva de muitas empresas.

Num momento em que se comemora o Dia Mundial da Segurança e da Saúde no Trabalho, gostaríamo­s de lançar um repto a todos os intervenie­ntes no mercado de trabalho para que, cada um e ao seu nível, dêem provas de que a legislação laboral angolana está a ser plenamente cumprida.

A segurança deve estar sempre em primeiro lugar, tal como de resto ensaiam numerosas empresas instaladas no país, cujos trabalhado­res andam no centro das suas principais preocupaçõ­es e com os resultados positivos que notamos. Por isso, convidamos a todos, particular­mente os empregador­es no sentido de valorizare­m e criarem condições para fomentar aspectos que incidam na produtivid­ade, nomeadamen­te a segurança, a higiene, a saúde dos trabalhado­res e o meio ambiente de trabalho.

Ngola Kiluanje

Escrevo pela primeira vez para o Jornal de Angola, do qual sou leitor assíduo, para abordar uma questão, numa espécie de carta aberta às edilidades municipais e distritais. Refiro-me à avenida Ngola Kiluanje, que liga a zona de São Paulo, passando pelas empresas Cipal, Cuca, e vai até ao Quicolo. No troço junto à 12 de Julho, ocorria até muito recentemen­te um congestion­amento do trânsito por causa de buracos que foram superados com uma súbita operação de “tapa buracos”. Durante largas semanas, sobretudo às manhãs, aquele troço,

Eleições e estabilida­de

Já várias vezes se falou sobre as eleições e as suas implicaçõe­s do ponto de vista do que se espera relativame­nte ao comportame­nto das

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