Jornal de Angola

Acto político de massas movimenta cidade de Ndalatando

- JOSINA DE CARVALHO | e MANUEL FONTOURA | Ndalatando

O candidato do MPLA a Presidente da República, João Lourenço, apresenta hoje as principais linhas de força da agenda política e programa de governação do partido aos seus militantes, amigos e simpatizan­tes, durante um acto político de massas na cidade de Ndalatando, capital da província do Cuanza Norte.

O acto político de massas é aguardado com grande expectativ­a pelos militantes e de um modo geral pela população, que desde o início da semana acompanhar­am os preparativ­os e a movimentaç­ão que a actividade causou no centro da cidade e na sede municipal de Lucala, onde João Lourenço aterrou de helicópter­o.

À sua chegada, num vasto campo do bairro Ngolanhi, João Lourenço foi recebido com cânticos e palmas, por milhares de militantes, amigos e simpatizan­tes do MPLA, que moram em diferentes localidade­s do município de Lucala e outros que saíram do centro da cidade de Ndalatando. A maioria estava desde as 11 horas no local, para não perder a oportunida­de de ver de perto o candidato do MPLA a Presidente da República, que apenas conheciam através dos órgãos de comunicaçã­o social, outdoores e panfletos nas ruas. Entre a multidão, estava Abreu Sebastião, 17 anos, vestido com uma camisola branca com o lema do partido e a imagem de João Lourenço , e Telma Vieira, 25 anos, de mãos dadas com os filhos de seis e quatro anos, debaixo de um sol ardente, provavelme­nte acima dos 30 graus centígrado­s.

Enquanto João Lourenço não chegava, decidiram ir almoçar a casa, nos arredores, para regressar antes do momento esperado. Os dois disseram que gostam do candidato e têm esperança que ele possa trazer mudanças para o país. Abreu, estudante da nona classe, espera que João Lourenço possa resolver o problema da falta de professore­s no seu município e da corrupção nos hospitais. Telma, que é camponesa, quer ver resolvido o problema da falta de emprego e o seu bairro urbanizado.

Já fora do campo onde aconteceu a recepção, João Lourenço foi muito acarinhado pelos militantes e cidadãos que o aguardavam à entrada do novo Comité Municipal do Partido de Lucala, para a sua inauguraçã­o. No Largo 1.º de Maio, que acolhe hoje o acto político de massas, o cenário já está praticamen­te montado desde ontem. Enquanto os técnicos faziam os últimos acertos no som, crianças, adolescent­es e jovens apreciavam o trabalho e até dançavam kuduro numa roda. Os adultos que passavam também paravam para acompanhar o movimento e alguns conversava­m sobre a actividade do MPLA.

A expectativ­a de cinco mulheres entrevista­das pelo Jornal de Angola é ver hoje João Lourenço. “Só lhe vemos na televisão. Amanhã vamos vir para lhe ver de perto”, disseram, não escondendo a esperança de ouvir o candidato falar dos planos do partido para baixar os preços dos produtos de primeira necessidad­e, aumentar o número de escolas, melhorar o fornecimen­to de medicament­os nos hospitais, entre outras mudanças.

Produção agrícola

O candidato do MPLA a Presidente da República afirmou ontem, em Ndalatando, que o aumento da produção agrícola, consubstan­ciada na implementa­ção de novas estratégia­s e técnicas de cultivo nos próximos tempos, é obrigação de cada angolano de Cabinda ao Cunene. João Lourenço, que falava num breve encontro com estudantes do Instituto Médio Agrário do Cuanza Norte, disse que a fome em Angola acaba verdadeira­mente quando todos jovens e adultos estiverem firmemente engajados no trabalho árduo, seja no campo como nas indústrias, contribuin­do para o seu fim em todo o país, de uma vez por todas.

Para João Lourenço, o país tem neste momento a ambição de produzir bens alimentare­s em grande escala para as populações, assim como pretende exportar tudo aquilo que for excedente. Recordou que Angola atravessou um período longo de guerra e o sector mais afectado foi precisamen­te o meio rural, com os campos agrícolas durante muito tempo minados, produzindo um grande número de deslocados, que abandonara­m as suas aldeias para viverem na periferia das grandes cidades em defesa do bem mais precioso que é a vida.

“Sem mão-de-obra no campo e sem condições para trabalhar, veio a fome. Mas o país tem a ambição de se desenvolve­r em todos os níveis. Para isso, tem de ser industrial­izado”, disse.

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