Líder de grupo rebelde separatista foge da prisão na capital da RDC
O líder de um grupo separatista político-religioso fugiu da prisão em Kinshasa após um ataque dos seus apoiantes, anunciou ontem o Governo da República Democrática do Congo (RDC).
“Os apoiantes do Bundu dia Kongo (BDK) atacaram esta manhã (ontem) a prisão de Makala e provocaram a fuga de 50 presos, entre eles o seu guru, Ne Muanda Nsemi”, confirmou à agência de notícias France Press o porta-voz do Governo congolês, Lambert Mende. “A Polícia está perseguindo os criminosos”, acrescentou o porta-voz.
A fuga do líder rebelde é divulgada depois de Kinshasa revelar que as Forças Armadas Congolesas mataram 390 milicianos de Kamwina Nsapu nas províncias do Kasai, Central e Oriental, desde Março, numa operação de larga escala destinada a terminar os conflitos que duram há mais de um ano e que são responsáveis pelo fluxo de milhares de refugiados para a província angolana da Lunda Norte.
Durante o balanço da operação, feito numa conferência de imprensa realizada na segunda-feira em Kinshasa, o porta-voz das Forças Armadas da RDC, general Léon¬ Kasonga, informou que pereceram 39 militares e 85 agentes da Polícia Nacional congolesa. Léon- Kasonga informou ainda que esta operação militarizada está actualmente a meio e tem como objectivo acabar com a violência que desde Maio do ano passado mantém as províncias de Kasai a ferro e fogo, depois de o chefe tradicional Kamwina Nsapu, entretanto morto em Agosto de 2016, se ter rebelado contra o Governo de Kinshasa.
O porta-voz das Forças Armadas Congolesas referiu que 250 milicianos se renderam às forças de segurança e 160 foram capturados, entre os quais 54 menores.
O general Léon- Kasonga afirmou que “ainda há tempo para parar com a violência” e pediu aos milicianos que se encontram nas matas para deporem as armas e regressarem às suas aldeias.
Os milicianos “não têm condições para se oporem aos militares” e as FARDC só vão dar por terminada esta operação “quando o problema estiver totalmente resolvido”, garantiu. “Se não depuserem as armas, nós iremos até onde eles estiverem, por mais embrenhados que estiverem nas matas, para terminar com esta violência de uma vez por todas”, ameaçou o general.