Removidas minas no troço ferroviário
Mais de 11 mil minas foram removidas ao longo do Caminho de Ferro de Benguela (CFB), entre Lobito e Dilolo, no Moxico, na fronteira com a Zâmbia, informou na segunda-feira o governador provincial do Huambo, João Baptista Kussumua.
Ao intervir na cerimónia de entrega provisória do referido troço ao Conselho de Administração do CFB, João Baptista Kussumua referiu que o processo de desminagem foi determinante na reconstrução e reestruturação do CFB, paralisado entre 1983 e 2012, por causa do conflito armado.
O esforço do Governo, disse João Baptista Kussumua, foi realizado com toda a dignidade e vontade, permitindo a reposição das travessas, construção e reabilitação de pontes, estações e apeadeiros, assim como o alargamento da faixa em 30 metros de largura de cada um dos lados.
João Baptista Kussumua indicou que do total de minas removidas, 11 mil são antipessoais, 102 antitanque e 23 antilocomotiva, além de 1.690 metais diversos, retirados do troço, com uma extensão de 1.344 quilómetros de linha férrea.
“Os trabalhos foram realizados de 2003 a 2009, num total de 2.190 dias, de forma manual, na remoção de pedra a pedra, travessa a travessa, porque não foi possível a utilização de meios electrónicos por razões de magnetismo da linha férrea”, explicou João Baptista Kussumua.
Em cada quilómetro da linha férrea estão assentadas 1.430 travessas e os sapadores tiveram de remover aproximadamente um milhão e 922 mil travessas.
João Baptista Kussumua explicou que estiveram envolvidos no processo 1.300 técnicos de desminagem, da Casa de Segurança da Presidência da República, da Engenharia Militar das FAA, do Instituto Nacional de Desminagem e da Polícia de Guarda Fronteira, que constituem a Comissão Nacional de Desminagem.