Fundo Soberano angolano também é citado pelos Paradise Papers
o jornal suíço “Le Matin Dimanche” publicou uma reportagem, feita a partir de documentos adquiridos pelos Paradise Papers, na qual acusa o empresário suíço-angolano Jean-Claude Bastos de Morais de estar a enriquecer ilicitamente através da gestão do Fundo Soberano de Angola, por meio da sua empresa Quantum Global – num caso que envolve o presidente do Fundo Soberano angolano, José Filomeno dos Santos, filho do ex-Presidente angolano, José Eduardo dos Santos. Segundo a reportagem do jornal suíço, dos cerca de cinco mil milhões de euros do fundo angolano, pelo menos três mil milhões foram direccionados para sete fundos de investimentos sediados nas Maurícias.
No jornal alemão “Tagesspiegel” lê-se que, após as descobertas, a antiga conselheira federal alemã, Ruth Metzler, saiu do conselho consultivo do Grupo Quantum, devido às questionáveis transacções de Angola.
O Fundo Soberano angolano nega desvios e opacidade e afirma, em comunicado divulgado na semana passada, que “realiza operações de forma legítima e responsável em todas as jurisdições e possui políticas e procedimentos rigorosos para garantir que todas as transacções e investimentos realizados na sua carteira atendam aos mais altos padrões regulatórios”. A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), o maior partido da oposição angolana, pede responsabilidades, exige um inquérito parlamentar sobre o que chama “descaminho de verbas do Fundo Soberano de Angola”, e uma acção do Executivo, da Procuradoria-Geral da República e da Assembleia Nacional.