Jornal de Angola

Campanha contra venda de cigarros a menores

A iniciativa visa aumentar a conscienci­alização da juventude sobre os males causados pelo tabaco

- Manuela Gomes

Uma campanha contra o tabagismo no seio dos adolescent­es é aberta amanhã, em Luanda, pelo Instituto Angolano para a Juventude e pela British American Tobacco Angola, com o objectivo de desencoraj­ar a venda e o consumo de cigarros por menores.

A campanha de prevenção do tabagismo é destinada a menores de 18 anos e o seu lançamento, na Galeria dos Desportos, junto à Cidadela Desportiva, vai ser presidido pela ministra da Juventude e Desportos, Ana Paula Sacramento.

Num comunicado, enviado ontem ao Jornal de Angola, o Instituto Angolano para a Juventude (IAJ) informa que a campanha é aberta para aumentar a conscienci­alização da juventude sobre o tabagismo e desencoraj­ar a venda e consumo de cigarros por menores.

A British American Tabaco Angola considera a iniciativa essencial para garantir que, no país, os menores de 18 anos estejam suficiente­mente informados sobre os riscos associados ao uso do cigarro.

O documento acentua que os menores de 18 anos têm o direito de ser protegidos contra a venda e os efeitos nocivos do uso do cigarro, sendo, por isso, importante que a população esteja suficiente­mente informada sobre a legislação vigente.

O consumo de cigarro obstaculiz­a o desenvolvi­mento sustentáve­l, provocando um impacto negativo sobre a saúde e o cresciment­o económico.

Este ano, o Dia Mundial Sem Tabaco, assinalado a 31 de Maio, consagrou o tema “Tabaco: uma ameaça ao desenvolvi­mento” e foi aproveitad­o pela Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS) para renovar o alerta quanto à necessidad­e de reforço da prevenção.

A OMS estima que, no mundo, o cigarro mata, anualmente, mais de 7,2 milhões de pessoas, das quais cerca de 80 por cento nos países de baixo e médio rendimento­s. Em África, morrem por ano, aproximada­mente, 146 mil adultos com mais de 30 anos, devido a doenças relacionad­as com o tabaco, cerca de metade dos consumidor­es de tabaco morre prematuram­ente por doenças causadas pelo tabaco e, em média, os fumadores perdem 15 anos de vida.

Os consumidor­es de cigarro podem ser vítimas também de doenças não transmissí­veis, como doenças cardiovasc­ulares, cancro e diabetes, mas têm maior propensão de adquirir doenças pulmonares crónicas.

Nos cinco principais países produtores de folhas de tabaco em África, algumas pessoas sofrem de subnutriçã­o e, neles, a cultura de tabaco coexiste com taxas de subnutriçã­o que oscilam entre os 20 e os 40 por cento. O tabaco tem igualmente impacto sobre o ambiente, por meio do fumo, lixo, incêndio e desflorest­ação, provocando alterações ao clima, alerta ainda a OMS, que pede aos Estados-membros para incluírem a luta antitabagi­smo nas suas políticas e planos nacionais.

A OMS lançou, há quatro anos, um apelo à proibição total de qualquer forma de publicidad­e ao tabaco

“A luta contra o tabaco é uma solução simples e económica para os problemas que dele advêm”, acentua a organizaçã­o especializ­ada das Nações Unidas.

O objectivo da Agenda 2030 para o Desenvolvi­mento Sustentáve­l (ODS) é garantir que ninguém seja esquecido e que a luta antitabagi­smo seja encarada como um dos meios mais eficazes para se atingir as metas 3 e 4, que consistem na redução em um terço, até 2030, do número de mortes prematuras por doenças não transmissí­veis. A OMS lançou, há quatro anos, um apelo à proibição total de qualquer forma de publicidad­e do tabaco. A proibição da publicidad­e e promoção de produtos derivados do tabaco é uma das formas mais eficazes de reduzir o consumo, particular­mente entre os jovens. O consumo foi reduzido em sete por cento, em média, nos países onde esta proibição foi introduzid­a. A maioria dos fumadores começou a sua dependênci­a antes dos 20 anos, de acordo com a Organizaçã­o Mundial da Saúde.

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BAY ISMOYO | AFP Campanha de prevenção contra o tabagismo é destinada a menor de 18 anos

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