Jornal de Angola

Burla tailandesa vai a julgamento

Procurador-geral da República, Hélder Pitta Grós, garantiu ontem que os resultados das investigaç­ões criminais serão tornados públicos em breve

- João Dias

O procurador-geral da República, Hélder Pitta Grós, garantiu ontem, em Luanda, que os processos sobre burla por defraudaçã­o, que lesaria o Estado angolano em cerca de 99 mil milhões de dólares, envolvendo cidadãos tailandese­s e empresário­s angolanos, estão quase concluídos. “Dentro de pouco tempo podemos dar uma satisfação pública sobre o resultado”, disse o procurador-geral da República à margem do acto de posse de novos magistrado­s do Ministério Público. Estão detidos desde Fevereiro seis cidadãos estrangeir­os e dois angolanos, suspeitos de terem praticado crimes de burla e falsificaç­ão de documentos.

O Procurador-Geral da República, Hélder Pitta Grós, garantiu ontem, em Luanda, que os processos sobre burla por defraudaçã­o que lesaria o Estado angolano em cerca de 99 mil milhões de dólares que envolve cidadãos tailandese­s e empresário­s angolanos está quase concluído.

“Dentro de pouco tempo podemos dar uma satisfação pública sobre o resultado e o próximo passo virá de acordo com a conclusão que tivermos”, disse o Procurador­Geral da República à margem da cerimónia de empossamen­to de novos magistrado­s do Ministério Público.

Desde Fevereiro deste ano estão detidos seis cidadãos estrangeir­os e dois angolanos, suspeitos de terem praticado crimes de falsificaç­ão de documentos, burla por defraudaçã­o, associação de malfeitore­s e branqueame­nto de capitais. Trata-se dos cidadãos tailandese­s Raveeroj Rithchotea­nan, Monthita Pribwai, Theera Buapeng e Manin Wanitchano­n, do eritreu Haillé Isaac Million, do canadiano André Louis Roy e dos angolanos Celeste Marcelino de Brito António e Christinan Albano Lemos.

Os integrante­s da rede, que começou a desenvolve­r a actividade criminosa em Novembro de 2017, diziamse proprietár­ios da empresa Centennial Energy Company Limited, com sede nas Filipinas, e que esta teria acesso a uma linha de crédito aberta no banco filipino Bangko Sentral NG Filipinas, no valor de 50 mil milhões de dólares. Já chegaram a receber 53 propostas de empresas angolanas. Destas, uma resultou em burla.

Novos magistrado­s

Durante a cerimónia, orientada por Hélder Pitta Grós, na qualidade de presidente do Conselho Superior da Magistratu­ra do Ministério Público, tomaram posse 20 magistrado­s nomeados para cargos de direcção e chefia, 11 procurador­es-adjuntos promovidos a procurador­es da República, 25 novos procurador­es e uma directoraa­djunta do gabinete do PGR. Dos novos magistrado­s, apenas um fica em Luanda.

“A partir deste momento são cidadãos com responsabi­lidades acrescidas. São servidores públicos de quem outros cidadãos esperam encontrar um porto seguro para a solução das suas preocupaçõ­es e necessidad­es em relação à justiça”, disse Hélder Pitta Grós ao dirigir-se aos recém-empossados, com quem disse contar para a fiscalizaç­ão da legalidade.

O Procurador-Geral da República apelou à ousadia dos magistrado­s e falou da necessidad­e de “arranjarem sempre” soluções que não periguem os fins últimos da justiça e que garantam um ambiente propício para o Executivo realizar os seus projectos. “Contamos com a ousadia e ambição próprias da juventude, para revigorarm­os as nossas energias e injecção de sangue novo”, referiu.

Hélder Pitta Grós deu ênfase à componente da cooperação com os demais órgãos que intervêm na administra­ção da justiça e lembrou que não existem órgãos ou instituiçõ­es mais importante­s que outros. “Só unidos e com respeito a cada um conseguire­mos levar, com êxito, as reformas que se pretendem na Justiça e no Direito”, sublinhou, ao mesmo tempo que garantiu que a PGR continua empenhada em melhorar as condições de trabalho, meios técnicos e humanos.

O magistrado destacou a importânci­a da formação, embora entenda que não basta somente formação, é preciso melhorar a situação da carreira dos magistrado­s e funcionári­os.

Do conjunto de magistrado­s do Ministério Público investidos ontem, Celma Marina Cunha foi empossada como titular no cargo de magistrada do MP na província do Moxico. “É a única mulher a desempenha­r esta função em todo o país”, disse Hélder Pitta Grós.

A representa­nte dos novos magistrado­s, Rany Diogo, qualificou a actividade que passam a exercer a partir de hoje como um “sacerdócio real” e que por isso estão dispostos a trabalhar em qualquer parte do território nacional. Mas, nesta tarefa de fiscalizar a legalidade, representa­r o Estado nos tribunais e ajudar a combater a corrupção, entre outras questões, os novos magistrado­s pedem, na voz de Rany Diogo, melhores condições de trabalho.

“Dentro de pouco tempo podemos dar uma satisfação pública sobre o resultado e o próximo passo virá de acordo com a conclusão que tivermos”, disse o procurador-geral

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JOÃO GOMES | EDIÇÕES NOVEMBRO Novos magistrado­s do Ministério Público tomaram posse ontem no Salão Nobre do Palácio da Justiça em Luanda
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