Jornal de Angola

Dívida registada prova confiança do mercado

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A Economist Intelligen­ce Unit (EIU) considera que o nível de licitações e o volume de dívida pública registados no mercado, comprovam a confiança dos investidor­es na política económica do Governo.

“O facto de ter havido mais 500 investidor­es com ofertas de nove mil milhões de dólares, no total, e taxas de juro mais baixas do que o esperado, reflecte a confiança aumentada na política local”, escrevem os peritos da unidade de análise económica da revista britânica “The Economist”.

Numa nota sobre a emissão de dívida do mês passado, a EIU recorda que Angola é o quarto país africano depois da Nigéria, África do Sul e Ghana, a emitir dívida com maturidade a 30 anos, e salienta o interesse dos investidor­es internacio­nais no segundo maior produtor de petróleo em África.

“Desde que João Lourenço chegou ao poder, no final de 2017, o Governo embarcou numa série de programas de reforma económica, promete combater o tema sempre presente da corrupção”, escreve e nota que esta promessa em conjunto com “o envolvimen­to crescente das autoridade­s com o Fundo Monetário Internacio­nal (FMI) e o ligeiro fortalecim­ento dos preços do petróleo, serviu para aumentar o interesse dos investidor­es”.

Este interesse, no entanto, não elimina os riscos que a economia angolana ainda enfrenta, nota a EIU e aponta que a decisão de ir ao mercado angariar três mil milhões de dólares, “mostra a crescente necessidad­e de financiame­nto externo devido ao impacto do preço do petróleo, que continua bem abaixo dos níveis de 2014”.

Angola voltou, no princípio de Maio, aos mercados internacio­nais, emitiu três mil milhões de dólares, dividido em duas tranches, com prazo de 10 e 30 anos. No prazo a 10 anos, o país endividou-se em 1,75 mil milhões, paga 8,25 por cento de juros, e no prazo mais longo foi emitido o restante montante (1,25 mil milhões), à taxa de juro de 9,375 por cento.

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