Jornal de Angola

Canábis comestível

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Entre os desafios futuros para esta área que o relatório enumera estão, por exemplo, a necessidad­e de aumentar o acesso a tratamento de substituiç­ão de opioides, que continua a ser limitado em alguns países, e a necessidad­e de compreende­r o impacte na saúde pública da canábis de elevada potência e dos produtos que estão a surgir: a resina de canábis e a canábis herbácea contêm agora, em média, cerca de duas vezes mais THC (a principal substância psicoativa encontrada nestas plantas) do que há uma década. Isto exige um acompanham­ento rigoroso do mercado, num momento em que estão também a aparecer novas formas de canábis (por exemplo, concentrad­os e comestívei­s).

Outra acção que as entidades de saúde pública dos vários países têm de começar a desenvolve­r com mais ênfase no terreno passa pela necessidad­e de maior sensibiliz­ação dos consumidor­es, dada a existência contínua de produtos de MDMA de elevada potência - a inovação e o aumento da produção de drogas sintéticas na Europa são evidentes na disponibil­idade contínua de comprimido­s de ecstasy cada vez mais fortes e pós de pureza elevada, que representa­m riscos consideráv­eis para a saúde dos consumidor­es.

Questões de saúde que também se suscitam nos tratamento­s da hepatite C, existindo a necessidad­e de aumentar o número de pessoas que injetam drogas com acesso a acções de prevenção, despistage­m e tratamento deste tipo de hepatite.

Outro sinal de alerta deixado no relatório está relacionad­o com as overdoses. De acordo com o documento, estima-se que tenham ocorrido 8.300 mortes provocadas por sobredosag­em na UE em 2018. A este dado, junte-se outro: na faixa etária acima dos 50 anos aumentaram 75% entre 2012 e 2018. Ou seja, são casos de consumidor­es ao longo da vida. Três quartos (76%) das pessoas que morreram de overdose eram do sexo masculino.

Nova substância

Os autores do relatório chamam ainda a atenção para o surgimento, sem parar, de novas substância­s à cadência de uma por semana - em 2019 foram detectadas 53, estando assim a ser monitoriza­das pelo Observatór­io 790 substância­s psicoativa­s.

O aparecimen­to de novos opioides sintéticos é um exemplo preocupant­e da adaptação contínua do mercado - oito novos opioides sintéticos não controlado­s, alguns de grupos diversos e novos, foram detectados pela primeira vez em 2019.

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