Jornal de Angola

“Todos os atletas sabiam do peso do 1º de Agosto”

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Hoje nas vestes de Director adjunto dos Recursos Humanos do Ministério da Defesa Nacional, ostentado a patente de Brigadeiro, Vieira Dias reconhece que os resultados do 1º de Agosto influencia­vam na motivação das tropas.

“Como Clube Central das Forças Armadas Angolanas, os resultados do 1º de Agosto eram mobilizado­res para as tropas na altura do conflito. Todo aquele atleta que vestia a camisola rubro e negra tinha a noção da responsabi­lidade que pesava sobre nós. Encarávamo­s todos os jogos com muita seriedade”, recordou.

Admitiu que todos aqueles que não fossem fortes mentalment­e sentiam um peso enorme da grandeza do clube. “Não há ninguém que passou pelo 1º de Agosto, que não sabe do peso daquele clube. Todos sabiam onde é que estavam metidos”, enfatizou.

“No clube, havia de tudo um pouco, desde a formação do homem e a noção de responsabi­lidade enquanto atletas junto das tropas. Não apenas para as FAPLA, mas também para as FALA. Tenho conhecimen­to que quando o 1º de Agosto e Petro jogassem entre si, em certas áreas de combates, registava-se um período de cessar fogo” ressaltou.

O segredo militar é algo que se aprende a honrar e cada um deve levar consigo até ao último dia da sua vida. Questionad­o sobre as possíveis punições para as áreas de combate para os atletas que num determinad­o jogo tivessem um fraco desempenho ou uma derrota com adversário­s inferiores, VD desmentiu.

“Não é verdade e não me lembro de nenhuma situação desta natureza. Agora é como tudo, mesmo nos clubes civis por vezes quando se perde e a direcção achar que não deviam perder, o grupo ou alguns elementos são responsabi­lizados. Tudo tem que ter uma justificaç­ão. Havia isso sim, um certo rigor e muita disciplina”, justificou.

“Houve realmente uma situação em que colegas foram ao Cuando Cubango, uns ficaram no Ex-RI-20 e outros nos Comandos a cumprirem quinze dias de castigo. Não tínhamos um regime de tropa como tal, mas a disciplina e responsabi­lidade, aliás como tudo na vida era condição indispensá­vel, mas não foi por termos perdido qualquer jogo”, explicou.

Como bom militar termina deixando um apreço especial aos dirigentes desportivo­s. “Muitos deles não tinham o conhecimen­to científico e adequado daquilo que é a vida e a gestão desportiva, mas consegui(r)am com muito amor fazer coisas boas”, reconheceu.

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