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Tremor mata pelo menos 159 na Itália e isola cidades

Terremoto atinge região central do país e é sentido em Roma; região montanhosa atrapalha resgates

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Um terremoto de magnitude 6,2 atingiu a região central da Itália na madrugada de anteontem (no horário local) deixando pelo menos 159 mortos.

O número de mortos foi informado pela agência de defesa civil na noite desta quarta. Segundo o ministro de Infraestru­tura, Graziano Delrio, há pelo menos 368 feridos nas cidades de Amatrice e Accumoli, as mais atingidas pelo desastre, a cerca de 150 km de Roma.

O terremoto foi descrito como “severo” pelas autoridade­s italianas. Diversos vilarejos foram afetados, alguns deles com parte de suas construçõe­s desmoronad­as.

A região montanhosa afetada pelo terremoto de quarta-feira, a 140 quilômetro­s de Roma, é pouco povoada, o que pode ter reduzido os danos. Mas seu isolamento também dificultav­a as operações de resgate.

Amatrice, por exemplo, teve seu acesso bloqueado durante o dia por um deslizamen­to de terra e pela queda de uma ponte. Moram ali cerca de 2.600 habitantes.

“Metade da cidade não existe mais”, afirmou Sergio Pirozzi, prefeito de Amatrice. Vivem ali menos de 3.000 habitantes. O acesso foi blo- queado por um deslizamen­to de terra e pela queda de uma ponte. A cidade sediaria, em três dias, um já tradiciona­l festival gastronômi­co, e muitos visitantes já estavam em Amatrice.

Cerca de 70 hóspedes estavam registrado­s no Hotel Roma. De lá, foram retirados cinco corpos, até o momento em que as operações de resgate foram suspensas na noite desta quarta. Não há informaçõe­s sobre a situação dos demais hóspedes.

O serviço geológico dos EUA registrou que o terremoto, às 3h30 locais (22h30 em Brasília) teve magnitude de 6,2, a dez quilômetro­s de profundida­de, com epicentro em Norcia. Houve réplicas pela região, com tremores sentidos até em Roma. O instituto italiano para terremotos contou 60 réplicas durante quatro horas.

“Nós viemos para a praça e parecia o Inferno de Dante”, conta Agostino Severo, em uma referência à “Divina Comédia”, do escritor italiano Dante Alighieri.

Severo, que mora em Roma e visitava o vilarejo de Illica, ao norte de Amatrice, afirma que “as pessoas choravam por ajuda. O resgate chegou após uma hora, uma hora e meia”.

Pacientes de um hospital local foram deslocados à praça de Amatrice. Em outros povoados afetados, moradores abandonara­m as casas durante a madrugada após os tremores.

 ?? Massimo Percossi/ANSA via AP ?? Equipes de resgate retiram mulher de escombros de edifício que desmoronou na cidade de Amatrice, a 150 km de Roma; região é pouco habitada, mas terreno montanhoso dificulta a ação de bombeiros
Massimo Percossi/ANSA via AP Equipes de resgate retiram mulher de escombros de edifício que desmoronou na cidade de Amatrice, a 150 km de Roma; região é pouco habitada, mas terreno montanhoso dificulta a ação de bombeiros
 ?? Filippo Monteforte/AFP e Reprodução/Google Maps ?? A Igreja de Santo Agostinho, na cidade de Amatrice, antes e depois do terremoto que atingiu a região central da Itália anteontem; cidade de 3.000 habitantes ‘praticamen­te desaparece­u’, afirma prefeito
Filippo Monteforte/AFP e Reprodução/Google Maps A Igreja de Santo Agostinho, na cidade de Amatrice, antes e depois do terremoto que atingiu a região central da Itália anteontem; cidade de 3.000 habitantes ‘praticamen­te desaparece­u’, afirma prefeito

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