Após operação, cracolândia apenas muda de endereço
Dependentes e traficantes foram para ruas próximas à área de ação policial no domingo
Um dia após o prefeito João Doria (PSDB) afirmar que a operação da polícia pôs fim à cracolândia, no centro de São Paulo, o chamado “fluxo”, onde acontece a venda e o consumo de drogas em uma espécie de feira livre, apenas mudou de lugar.
Anteontem, a ação policial acabou com a feira de drogas que acontecia no quadrilátero entre as alamedas Glete, Dino Bueno, Nothmann e Barão de Piracicaba, em Campos Elíseos, na Luz (região central). Dependentes de drogas se dispersaram, e traficantes foram presos.
Ontem pela manhã, traficantes e viciados estavam aglomerados em ao menos dois pontos da região. Um grupo estava na frente do Memorial da Resistência, no largo General Osório, a 750 metros da antiga cracolândia. Eram cerca de cem pessoas, entre viciados e traficantes. A reportagem viu drogas expostas em pratos em um banco, e um homem com uma mochila aparentemente era responsável por abastecer os pratos. O consumo de crack seguia.
O outro ponto era na avenida Rio Branco, altura do número 940, a 650 metros do quadrilátero, que chegou a ter cerca de 300 viciados no fim da tarde de ontem. Esse último grupo, que se acumulava entre a calçada e o canteiro central da avenida Rio Branco, foi dispersado pela Polícia Militar, por volta das 18h de ontem. No início da noite, parte foi para a rua do Triunfo, a 950 metros do quadrilátero. Um grupo menor se concentrou na rua dos Gusmões, uma travessa da avenida Rio Branco.
Já o quadrilátero da antiga cracolândia era protegido pelas polícias Civil e Militar e pela GCM (Guarda Civil Metropolitana). Pedestres de passagem pelo perímetro eram revistados por guardas-civis, que barravam barracas, carroças e lonas para evitar que os dependentes se instalassem no local.
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