Suposto operador do PSDB tinha R$ na Suíça
Documentos enviados ao Ministério Público Federal apontam quatro contas de ex-diretor da Dersa
Documentos enviados ao Ministério Público Federal em São Paulo por autoridades da Suíça mostram que Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, ex-presidente da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), tinha R$ 113 milhões em quatro contas naquele país.
Paulo Preto é investigado em inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal) sob suspeita de ser operador do senador José Serra (PSDB-SP) em desvios de recursos do Rodoanel. Ele comandou a Dersa, responsável pela obra, em governos tucanos.
Auxiliares de Serra, Geraldo Alckmin e Aloysio Nunes reagiram com preocupação à revelação. Teme-se que o detalhamento das transações que resultaram nesse saldo seja trazido à tona. A avaliação feita no tucanato é que a revelação é grave porque dificilmente incontestável e o volume de dinheiro, alto. O montante é maior que o dobro encontrado no bunker do ex-ministro Geddel Vieira Lima (R$ 51 milhões.
A informação sobre as contas bancárias foi citada pela juíza Maria Isabel do Prado, da Justiça Federal em São Paulo, que foi anexada ao inquérito no STF pela defesa de Paulo Preto na terça-feira.. Os R$ 113 milhões foram contabilizados em junho de 2016 e, em fevereiro de 2017, transferidos para um banco em Nassau, nas Bahamas, no período em que a delação da Odebrecht estava em homologação no STF.
A juíza disse ver fortes indícios da prática de crimes, “bem como o enriquecimento injustificado do investigado”, e decidiu na ocasião autorizar uma cooperação internacional com a Suíça, além da quebra do sigilo bancário de Paulo Preto, a fim de obter todas as informações sobre as movimentações bancárias. O processo na Justiça em São Paulo trata de supostos desvios no pagamento de indenizações para pessoas que tiveram imóveis desapropriados na obra do Rodoanel.