Cresce número de queixas por falta de água na capital
Sabesp recebeu uma ligação por minuto de janeiro a agosto, 12% a mais que durante igual período de 2017
Aumentou 12% o número de reclamações sobre falta de água registradas pela Sabesp na capital entre janeiro e agosto deste ano, se comparado com o mesmo período de 2017.
Foram 317.086 queixas à companhia, sob a gestão Márcio França (PSB), nos primeiros oito meses do ano, ante a 283.304 em igual período de 2017. Isso equivale a um registro por minuto. Os números foram obtidos via Lei de Acesso à Informação.
O sistema Cantareira, maior reservatório na Grande SP, entrou em alerta há quatro meses, quando ficou abaixo dos 40% da capacidade de armazenamento.
Em junho, a Sabesp passou a reduzir a retirada de água para 22.650 litros por segundo, em média. No mês anterior, havia retirado 24.270 litros por segundo e, exatamente um ano antes, 24.540 litros por segundo.
Junho foi justamente quando houve o maior aumento no número de reclamações por desabastecimento na comparação com igual mês do ano anterior —pulou de 30.372 para 39.952, um crescimento de 32%.
Ontem, o Cantareira tinha 34,3% da capacidade, com 336,72 bilhões de litros. Há um ano, era de 45,4%, com 445,46 bilhões. Em 12 meses, perdeu água suficiente para abastecer toda a Grande SP por cerca de três semanas.
A assessora comercial Maria Deusa Miranda, 39 anos, mora no Jabaquara (zona sul) e, desde o começo do ano, às 22h, para de receber água, que só volta às 6h30. “Na torneira quente da pia, quando ligo de manhã, vem com tanta pressão que os estouros jogavam a tampa da torneira longe. Há três meses ela não resistiu e queimou.”