Agora

Ministério do Trabalho pode deixar de existir

Uma proposta seria separar questões de renda e trabalho de benefícios sociais; centrais são contra

- Alexa salomão flavia lima (FSP)

A equipe de transição do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PL), estuda extinguir o Ministério do Trabalho.

Há várias alternativ­as em avaliação para que a condução dos temas ligados às áreas de emprego e renda ocorra de forma mais eficiente do que concentrad­a em uma única pasta. Uma delas é associar a área a algum órgão ligado à Presidênci­a da República.

Entre outras opções em discussão está fatiar as diferentes áreas e transferir, por exemplo, a gestão da concessão de benefícios para órgãos ligados ao campo social.

A gestão da política de trabalho e renda poderia ficar no Ministério da Economia ou em órgão dedicado às questões de produtivid­ade —um tema considerad­o prioritári­o pela equipe do futuro ministro Paulo Guedes.

Também estão em discussão novos modelos para a condução de questões sindicais e de fiscalizaç­ão.

A proposta feita por empresário­s de unir Trabalho com Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços ainda não está em pauta.

A possibilid­ade de perda do status de ministério já teria entrado no radar de integrante­s do atual governo que são contrários à medida.

O Ministério do Trabalho divulgou nota que destaca sua importânci­a e diz que se mantém “como a casa materna dos maiores anseios da classe trabalhado­ra e do empresaria­do moderno, que, unidos, buscam o melhor para todos os brasileiro­s”.

Entre os nomes sugeridos por Michel Temer para compor a transição, também há um defensor da mudança na estrutura dos órgãos que lidam com trabalho e renda. Segundo fontes próximas às negociaçõe­s, o secretário­executivo da Secretaria-geral da Presidênci­a e ex-chefe de gabinete da pasta Pablo Tatim compartilh­a da ideia de dar nova cara ao órgão. Ele participou da coordenaçã­o técnica da proposta de reforma trabalhist­a de Temer.

João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical, afirmou que a proposta de acabar com o ministério é nefasta. “Queremos o Ministério do Trabalho como um bom instrument­o que possa alavancar ações relevantes para o mundo do trabalho com medidas progressis­tas que melhorem as relações entre governo, empresaria­do e trabalhado­res, e dar um novo alento ao setor produtivo nacional.”

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