Bolsonaro coleciona recuos sobre medidas e estrutura
Número de pastas pode subir das 15 anunciadas para 18 com a manutenção de status da CGU
Desde que foi eleito presidente, há menos de duas semanas, Jair Bolsonaro já acumula ao menos quatro recuos sobre ações que tomará e a estrutura de seu governo. As últimas mudanças foram anunciadas ontem, em relação à composição de seus ministérios.
Pela manhã, ele admitiu que poderá ter até 18 pastas, número superior ao que foi prometido antes do início da campanha, de reduzir de 29 para 15 ministérios.
A nova contabilidade veio com a possibilidade de ele manter como ministério a Controladoria-geral da União, que, pelos planos anteriores, seria somada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, sob o comando de Sergio Moro.
Ainda ontem, a equipe de governo confirmou que o general da reserva Augusto Heleno não comandará mais o Ministério da Defesa, como anunciado ainda durante a campanha eleitoral (leia abaixo). O militar vai assumir o Gabinete de Segurança Institucional, que fica no Palácio do Planalto.
Eleito com a promessa de que mudaria a lógica da política em Brasília, Bolsonaro disse que a decisão de manter a CGU com status de ministério não está ligada a ganho de apoio parlamentar.
“Já demos um passo e talvez seja mantido o status de ministério [da CGU]. Mas não é pela governabilidade, é para que a gente possa apresentar realmente resultado”, afirmou Bolsonaro.
Ele minimizou o impacto da mudança no número de pastas. “Pode aumentar. O que nós temos que ter são os ministérios, são esses órgãos todos funcionando, sem interferência política.”
Os principais recuos de Bolsonaro têm se dado na formação da estrutura da Esplanada, especialmente em relação à fusão de pastas.
Caso emblemático é a unificação de Agricultura e Meio Ambiente. A prometida junção das duas pastas, que não deverá acontecer, se tornou alvo de críticas tanto por parte de ambientalistas quanto de ruralistas.