NOVIDADES NOS TRATAMENTOS
Enquanto a cura do Alzheimer e do Parkinson não é encontrada, alguns procedimentos são modernizados para melhorar a qualidade de vida do paciente
A evolução no tratamento segue com os avanços da ciência e da medicina. Fique pode dentro das últimas novidades
ELAS NÃO TÊM CURA, MAS OS AVANÇOS DA CIÊNCIA PERMITEM QUE, CADA VEZ MAIS, NOVOS TRATAMENTOS SURJAM E MELHOREM A QUALIDADE DE VIDA DE QUEM SOFRE COM ALZHEIMER E/OU PARKINSON. A maior novidade, inclusive, é para quem sofre com os tremores. Pesquisadores liderados pelo brasileiro Miguel Nicolelis, desenvolveram um método promissor no combate ao Parkinson. Confira, a seguir, quais são os novos métodos que dão esperança à vida de milhares de pacientes - e familiares.
ESTÍMULOS ELÉTRICOS CONTRA O PARKINSON
Apesar de ainda não existir uma maneira comprovada para curar o Parkinson, um novo e importante passo foi dado: Miguel Nicolelis, neurocientista brasileiro e pesquisador da Universidade de Duke (EUA), revelou que uma pesquisa liderada por ele mostrou avanços em relação à recuperação de movimentos em ratos após estimulação da medula espinhal. De acordo com Francinaldo Lobato Gomes, especialista em neurocirurgia, a estimulação elétrica da medula espinhal é um método utilizado, principalmente, para o tratamento da dor crônica refratária, mas que tem mostrado bons resultados na melhora de sintomas motores em animais. “Essa estimulação consiste na instalação de um eletrodo sobre a meninge (acima da medula espinhal), conectado a uma bateria semelhante àquela usada nos marcapassos cardíacos. Através da estimulação elétrica, consegue-se bloquear os estímulos dolorosos para que eles não cheguem ao cérebro”, explica o profissional.
POR QUE FUNCIONA?
É importante que o paciente que receba a implantação do eletrodo epidural seja preparado através de um intenso treinamento muscular. “Feito isso, esse estímulo amplifica os comandos motores que restituem os movimentos e não são comandados pelo cérebro. A medula espinhal pode fechar circuitos e aprender tarefas motoras quando recebe o estímulo elétrico. O pulso de eletricidade combinado ao movimento repetitivo locomotor acende circuitos neurais que enviam impulsos para partes específicas do corpo”, explica a psiquiatra Julieta Guevara.
AVANÇOS NOS TRATAMENTOS DE ALZHEIMER
São os brasileiros que lideram os estudos para tratar a doença. Pesquisas e estudos nessa área buscam melhores tratamentos e uma forma de o paciente viver de uma forma mais tranquila. “De fato, há bastante interesse nesse tema, como em tantos outros. Eu penso que um dos motivos da concentração na pesquisa em Alzheimer seria a preocupação evidente com uma população cuja média de idade cresce a cada ano. Precisamos, de fato, descobrir como retardar as doenças da idade, para que tenhamos um tempo cada vez mais longo de vida produtiva”, afirma Célia Cortez, psiquiatra, neurocientista e presidente da Associação Brasileira de Hipnose (ASBH).
A HIPNOSE PODE AUXILIAR NO TRATAMENTO
Segundo Célia, há muitos estudos mostrando uma íntima relação entre o envelhecimento, o estresse oxidativo e o desenvolvimento da doença de Alzheimer (DA). A especialista afirma que o estresse oxidativo decorre do excesso de radicais livres na célula, pelo desequilíbrio entre a formação desses radicais e a capacidade do arsenal de enzimas antioxidante para neutralizá-los. Já os radicais livres são subprodutos do metabolismo capazes de oxidar diversas biomoléculas, enquanto que as enzimas antioxidantes formam um sistema de segurança e evitam danos celulares. “O estresse oxidativo é uma expressão de agressão celular; e o dano celular resulta da peroxidação de diversas substâncias intracelulares, tais como fosfolipídios das membranas, ácidos graxos polinsaturados, proteínas e até o DNA”, diz. E é por isso que a hipnose pode auxiliar no tratamento do Alzheimer, pois pode controlar o estresse e prevenir doenças. “Antes que ocorra adoecimento grave, os efeitos do estresse podem ser suprimidos pelo reconhecimento e o controle das fontes de estresse, e a hipnose, com todos os recursos (hipnoterapia, hipnoanálise, auto-hipnose, hipnose de grupo etc.), configura uma estratégia efetiva para esse fim”, afirma. Célia ainda diz que é importante lembrar que o estado de hipnose é fisiologicamente natural, pois é um estado de relaxamento mental que possibilita a concentração da atenção no mundo interior.
CONSULTORIA Francinaldo Lobato Gomes, especialista em neurocirurgia; Julieta Guevara, psiquiatra; Célia Cortez, psiquiatra, neurocientista e presidente da Associação Brasileira de Hipnose (ASBH) e autora do livro Fisiologia Aplicada à Psicologia, da editora Guanabara Koogan