ALZHEIMER + PARKINSON
Ambas são doenças neurológicas, porém não estão atreladas. Confira!
Saiba as diferenças fundamentais de cada uma dessas disfunções da mente
OALZHEIMER É CONSIDERADO UM TIPO DE DEMÊNCIA, POIS NELE OCORRE A PERDA DE FUNÇÕES CEREBRAIS, ESPECIALMENTE AS COGNITIVAS; JÁ NO PARKINSON, AS ALTERAÇÕES NEUROLÓGICAS AFETAM ASPECTOS MOTORES. Mas, apesar de não ser considerado uma demência, os pacientes com a segunda patologia podem enfrentar quadros de desordem mental. Existe uma demência que ocorre especialmente em quem sofre de Parkinson. “O diagnóstico clínico (da demência) se baseia na regra do um ano, ou seja, os sintomas motores da doença de Parkinson devem preceder em um ano os sintomas cognitivos”, explica a médica da família, Cristiane Gussi. De uma maneira geral, o Parkinson pode ser descrito como uma doença degenerativa de conexões do cérebro, ou seja, a comunicação entre os neurônios fica insuficiente pela falta de dopamina, substância neurotransmissora. “A falta de dopamina ou de seus precursores causa uma deficiência da via nigro-estriatal (conexão), que vai resultar no distúrbio de movimento, conhecido como doença de Parkinson”, explica Eduardo Barreto, neurocirurgião.
QUAL A DIFERENÇA?
O Parkinson atinge o sistema nervoso central, comprometendo a capacidade motora do paciente. Em grande parte das vezes, ele atinge pessoas acima de 60 anos, sendo que o risco de se desenvolver aumenta a partir dos 70 anos. Também conhecida como uma doença neurodegenerativa, afetando o cérebro, o Alzheimer provoca deterioração das funções cerebrais, causando perda de memória, dificuldade de linguagem e problemas em cuidar de si mesmo. De acordo com o médico, essa doença atinge uma região específica do cérebro, conhecida como hipocampo e é dividida em estágios, dependendo dos sintomas apresentados. Na maioria dos casos, o Alzheimer atinge idosos com mais de 65 anos, sendo que as mulheres são levemente mais afetadas que os homens.
ALZHEIMER EM QUEM TEM PARKINSON?
Existe uma demência que acomete especialmente os portadores de Parkinson, mas não é o Alzheimer. “O que se confunde é que portadores de Parkinson podem desenvolver demência, mas essa (associada à doença de Parkinson) é completamente diferente do Alzheimer”, aponta o neurologista André Felício. Segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz), cerca de 40% dos pacientes afetados pela Doença de Parkinson podem evoluir para quadros de demências. Ela compromete funções como memória e atenção, podendo favorecer o aparecimento de alucinações. “A prevalência da demência em portadores da doença de Parkinson é em torno de 26% a 44%”, indica Cristiane. Para o diagnóstico da doença é levado em consideração o tempo de início dos sinais.
FONTE Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz) CONSULTORIA Cristiane Gussi, médica especializada em Medicina de família e pós-graduada em Medicina Chinesa; André Felício, neurologista Coordenador do Curso de Pós-graduação em Neurologia da Faculdade IPEMED de Ciências Médicas; Eduardo Barreto, neurocirugião;