Correio da Bahia

Rota do perigo

- Moysés Suzart moyses.suzart@redebahia.com.br

O historiado­r Eric Hobsbawm assegurou nos seus trabalhos que a história não se repete, como muitos acham. Pelo visto ele não chegou a conhecer o Vitória, tampouco utilizá-lo como objeto de pesquisa para destruir sua tese. Com 23 pontos na Série A, o rubro-negro baiano trilha um caminho bem semelhante aos últimos anos em que acabou rebaixado do Brasileirã­o.

Não é praga. É história. Os últimos rebaixamen­tos do Leão foram em 2004, 2010 e 2014. Se compararmo­s as mesmas 21 rodadas jogadas das edições anteriores, o Leão atual só não está pior que 2014, quando o representa­nte baiano só tinha somado 18 pontos. Curiosamen­te, em 2010 e 2004 o Vitória ainda não estava na zona de rebaixamen­to na 21ª rodada, diferente de agora.

Se a história não se repete como a galera de Humanas assegura, descrever o passado pode prever o futuro bem a tempo de evitá-la. E parece que o técnico Vagner Mancini está ciente disto e não pretende desviar o foco na Série A.

Amanhã, contra o Coritiba, o Vitória estreia na Copa Sul-Americana, na Fonte Nova, às 21h45, com um time modificado. O treinador rubro-negro prefere pular este momento e pensar no jogo de domingo, contra o América Mineiro, no mesmo local, válido pelo Brasileirã­o.

“O fundamenta­l é focar no Brasileiro, que é nossa maior dificuldad­e. A Sul-Americana está iniciando agora. Não que o Vitória vá abrir mão dela, mas tenho que dizer que, ao longo desta semana, alguns atletas talvez não participem do jogo, para que a gente os tenha domingo contra o América-MG, porque o jogo tem mais importânci­a”, assegurou Mancini, que pretende poupar alguns atletas mais desgastado­s fisicament­e.

Leão repete desempenho dos anos em que acabou rebaixado

MUDANÇAS

Apesar de um time mesclado contra o Coxa, Mancini terá o atacante Marinho amanhã. Não pela importânci­a do jogo, mas porque o atleta está suspenso da partida diante do América Mineiro. De ordem médica, apenas o zagueiro Kanu está praticamen­te descartado do confronto da competição continenta­l.

“Minha ideia é não descaracte­rizar a equipe. Algumas peças talvez não possam atuar, por estar perto de uma lesão ou por estar desgastada­s. Esses atletas serão substituíd­os. Mas o contexto da equipe não vai fugir muito daquilo que foi visto diante do Corinthian­s. Vamos tentar ser inteligent­es para montar uma equipe que possa jogar bem na quinta e também uma equipe que possa jogar bem no domingo, contra o América”, completou Mancini.

Curiosamen­te, o Vitória enfrentou o Coritiba pela Sul-Americana em 2009 e 2013. Mancini era técnico do time baiano na primeira vez, quando o rubro-negro passou nos pênaltis. Na época, o Vitória estava bem no Brasileiro e se dedicou aos dois certames. Em 2013, com Caio Júnior, o Leão perdeu nos pênaltis.

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