Setor turístico defende que CCB continue em Armação
A notícia sobre o desmonte do Centro de Convenções da Bahia (CCB), em Armação, não agradou muito o trade turístico baiano, que cobra uma definição do governo estadual sobre a construção de um novo equipamento, que deve ir para outro ponto da cidade. “Estamos todos muito surpresos. Justamente no Dia Mundial do Turismo, a gente recebe uma notícia dessa, de que vamos ficar sem o Centro de Convenções. E o pior é dar essa informação sem apontar uma possível solução”, critica Paulo Gaudenzi, presidente da Salvador Destination. “Não conhecemos o laudo técnico que justifica o desmonte. Nós (do setor turístico) vamos nos reunir na semana que vem para discutir o assunto e tomar uma posição”, completa.
Gaudenzi ainda destacou a importância do equipamento para o turismo local. “Precisamos de um centro, mas não pode ser em qualquer lugar. Será necessário fazer um estudo técnico para que se diga onde o equipamento deve ser erguido”. Assim como ele, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih-BA), Glicério Lemos, disse que aguarda a apresentação do laudo técnico pelas autoridades. “Se for para demolir mesmo, que se construa outro no mesmo lugar. Lá tem área para construir outro e a região é ideal porque está no meio da cidade”, observou.
Ele reforçou ainda que o segmento investiu mais de R$ 5 bilhões em materiais hoteleiros e restaurantes instalados no entorno do CCB e que tiveram sua viabilidade aprovada pelos bancos, principalmente por conta da localização próxima ao espaço. “A saída do Centro de Convenções daquele ponto seria uma catástrofe para os negócios da região, com fechamentos e ainda mais demissões”, avaliou. Segundo ele, desde que o espaço foi fechado para a realização de obras emergenciais, no ano passado, pelo menos cinco hotéis encerraram as atividades. “O governo precisa apresentar uma resposta rápida para esta situação”.
Glicério destacou ainda que, segundo o novo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU), a área de convenções do município é exatamente a região onde o CCB está localizado, entre o Stiep e Boca do Rio.
A permanência do Centro de Convenções no local é defendida também pelo presidente do Conselho Baiano de Turismo (CBTUR), Luiz Augusto Leão, que ratificou que deve acontecer com o CCB o mesmo que foi feito em relação à Fonte Nova. “A necessidade agora é demolir e construir outro no mesmo lugar, como foi com a Arena. A região já tem toda a logística necessária e uma vocação natural para funcionamento de um centro de eventos ali”, apontou. Na opinião de Leão, após a demolição, o governo poderia aproveitar o projeto do novo CCB que seria construído em outro local e imediatamente começar as obras no local onde ele já funcionava anteriormente.
O presidente da Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação (Febha), Silvio Pessoa, reforçou a necessidade urgente do equipamento, que é responsável pelo equilíbrio das contas do trade turístico durante a baixa estação. “O governo nos prometeu um novo CCB e solicitamos a reforma do antigo espaço enquanto não se tinha uma decisão sobre o novo. O espaço já estava sem manutenção corretiva há mais de uma década”, criticou.
A assessoria do governo informou que a Fonte Nova é uma das opções para suprir a ausência do CCB. O Congresso Internacional de Odontologia da Bahia (Cioba), que seria realizado no CCB em novembro, foi transferido para a arena.