Correio da Bahia

Plano pretende igualar aposentado­ria do setor público à da iniciativa privada

-

Outra medida em análise visa promover a convergênc­ia das regras de aposentado­ria dos trabalhado­res da iniciativa privada com as dos servidores públicos. Isso vai implicar no aumento da idade mínima para que funcionári­os públicos se aposentem - atualmente, 55 anos para mulheres e 60 para homens. Pelo texto avaliado pelo presidente Michel Temer, a idade mínima para servidores homens e mulheres se aposentare­m subirá para 65 anos, assim como na iniciativa privada.

A exigência do tempo de contribuiç­ão também será alterada. A nova regra seguirá o critério da iniciativa privada, com uma exigência mínima, para a aposentado­ria integral, de um tempo de contribuiç­ão de 25 anos.

PENSÃO POR MORTE

As regras para concessão da pensão por morte devem ficar mais restritiva­s, impedindo o acúmulo de aposentado­rias recebidas por um mesmo servidor. A mesma medida também valerá para trabalhado­res da iniciativa privada. “As regras de pensão vão mudar para todos”, disse uma fonte do governo. Segundo um técnico envolvido na elaboração da proposta, a ideia é reduzir disparidad­es entre os regimes privado e público.

Na área econômica do governo, há a defesa de que haja o aumento da contribuiç­ão previdenci­ária dos servidores públicos, atualmente em 11%, para algo entre 13% e 14% do salário. Como contrapart­ida, seria elevada a contribuiç­ão dos órgãos públicos empregador­es, de 22% para 28%.

Assim como os trabalhado­res da iniciativa privada, todos os servidores públicos com menos de 50 anos se enquadrari­am nas novas regras aprovadas pelo Congresso. Para os trabalhado­res acima dessa idade, haveria um pedágio de 50% no tempo que falta para a aposentado­ria.

“Normalment­e, servidores públicos saem ilesos das constantes reformas da Previdênci­a, mas dessa vez não devem escapar”, disse Rômulo Saraiva, advogado especialis­ta em Direito Previdenci­ário. “Essa convergênc­ia nas regras já era para ter sido feita há muito tempo, mas antes tarde do que nunca”, afirmou o consultor Leonardo Rolim, ex-secretário de Previdênci­a Social.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil