Um, dois, três, salve eu!
Antes da bola rolar, teve gente que disse que ir para o estádio em pleno domingo, às 19h30, era programa de índio. O adversário ainda era o Tupi. Prato feito para o trocadilho. Mas ontem, programa de índio mesmo era ficar em casa e perder o jogaço que rolou na Fonte Nova. Avassalador, o tricolor goleou por 4x0 em um jogo cheio de emoção. O resultado deixou o Bahia na 6ª posição, a dois pontos do G4. O resultado rendeu ao Bahia ainda o status de time com melhor saldo de gols da Série B.
O que você faz em oito minutos em um estádio? Para muitos torcedores, esse é o tempo que alguns torcedores levam para comprar um lanche, uma cerveja, ir ao banheiro. Para quem está em campo, é tempo suficiente para iniciar uma goleada.
Foi uma coisa linda de ver. Aos 11 minutos de jogo, Hernane recebeu na intermediária e deu um toquinho para Renato Cajá. O meia ajeitou com categoria e meteu um lindo chute para abrir o marcador. Emocionado, foi aos prantos no gramado. Um choro de lavar a alma.
Seis minutos depois, mais alma lavada. Desta vez, foi a vez do estreante Wesley Natã brilhar. Edigar Junio cruzou na medida para o garoto, que cabeceou para o fundo do gol e ampliou o marcador. Ele também chorou e foi abraçado pelos companheiros.
Enquanto o pessoal na arquibancada ainda comemorava, Juninho levou o torcedor à loucura. Aos 19, o volante cobrou Bahia Muriel; Eduardo, Tiago, Jackson e Tinga; Juninho (Feijão), Luiz Antônio e Renato Cajá (Régis); Edigar Junio, Wesley Natã (Victor Rangel) e Hernane Técnico Guto Ferreira
Tupi Rafael Santos; Henrique, Gabriel Santos, Thiago Sales e Bruno; Renan, Pedrinho (Marcos Serrato), Marcel e Hiroshi (Giancarlo); Ygor e Jonathan (Thiago Espíndula) Técnico Ricardinho
Estádio Fonte Nova
Gols Renato Cajá, aos 11, Wesley Natã, aos 17, e Juninho, aos 19 minutos do 1º tempo; Régis, aos 24 do 2º
Cartão amarelo Gabriel Santos e Marcel (Tupi)
Renda R$ 271.455,50
16.749
Árbitro Luiz César de Oliveira Magalhães (CE), auxiliado por Marcione Mardonio da Silva Ribeiro (CE) e Armando Lopes de Sousa (CE)
Público falta de muito longe, cheio de categoria, e contou com um toquinho de cabeça de Gabriel Santos para ver o Bahia fazer 3x0.
Na brincadeira infantil de esconde-esconde, quando alguém aparece, o outro grita: “um, dois, três, salve eu!”. Foi bem o que aconteceu ontem. O Bahia não se escondeu, chamou a responsabilidade e se salvou de uma possível distância para o G4.
MAIS UM, BAHIA
Dono do jogo, o Bahia reduziu o ritmo e administrou o resultado até o intervalo. Na saída, Marcel, do Tupi, parecia atordoado: “Time que está na zona de rebaixamento não pode jogar sem garra, vibração. Nosso time é bom, mas tomamos gols de vacilo”. Desculpa, Marcel, mas ontem foi o Bahia quem brilhou mesmo.
Na segunda etapa, os mineiros até tentaram ofuscar ao chegar com muito perigo com Giancarlo, duas vezes, e Bruno Sales. Mas não adiantou. Ontem era Dia de Bahêa, como o próprio clube previu.
Após um festival de erros aos 21 minutos, com Hernane perdendo gol de frente e de costas, ao tentar de calcanhar, o Bahia voltou a brocar. Mas não foi com o Brocador, pouco inspirado.
O responsável por aumentar a goleada foi Régis. Aos 24, Tinga cruzou rasteiro na área e Hernane deixou passar. O meia aproveitou e, de canhota, marcou o quarto gol tricolor.
O Bahia ainda tentou chegar ao quinto gol novamente com Hernane, que não aproveitou passe de Edigar Junio. Com os tropeços de Avaí e Londrina, o tricolor colou no G4 e está a dois pontos do grupo que sobe para a Série A 2017.
O Bahia volta a campo na sexta-feira, pela 31ª rodada da Série B. A equipe enfrentará o Brasil de Pelotas, às 21h30, na Fonte Nova.
Tricolor não se esconde, atropela Tupi e volta a ficar na cola do G4
Jogadores do Bahia comemoram o primeiro gol tricolor contra o Tupi, marcado pelo meia Renato Cajá em belo chute de fora da área. Com o triunfo, Esquadrão fica a dois pontos do G4