Vespeiro no palco
A exoneração da professora e poeta Virgínia Monteiro do comando do Teatro Dona Canô, em Santo Amaro, provocou um furdunço sem tamanho entre artistas, produtores e representantes de movimentos ligados à cultura e educação. Noticiada pela Satélite na edição de ontem, a demissão de Virgínia, que coordenava o espaço há 15 anos, foi seguida por reações de repúdio nas redes sociais e críticas contra o apadrinhamento político nas nomeações de dirigentes dos centros culturais mantidos pelo governo do estado em cidades do interior. O primeiro alvo foi o secretário estadual de Cultura, Jorge Portugal, a quem se atribuiu inicialmente a culpa. Em carta de esclarecimento divulgada no Facebook, Portugal fez mais do que lamentar a queda de Virgínia da direção do teatro, oficializada pelo governador Rui Costa (PT) no Diário Oficial da última quinta-feira. Expôs, de maneira incomum para integrantes de primeiro escalão do Executivo, as negociações de gabinete sobre distribuição de cargos entre parlamentares da base aliada. No texto, o santo-amarense revela a existência de um acordo que deu ao deputado estadual Bira Corôa (PT) poder para indicar a nova chefe do teatro.