Renan ataca Temer ao deixar liderança do PMDB
FORA DO BARCO O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) anunciou ontem no plenário do Senado sua saída da liderança do PMDB e afirmou que não é “marionete do governo”. O peemedebista disse que não vai ceder a Michel Temer e afirmou que o presidente tem “postura covarde” diante dos direitos trabalhistas. Renan já havia ameaçado deixar a liderança e vinha fazendo críticas ao governo há alguns meses. “Permanecer na função seria ceder a um governo que trata o partido como um departamento do Poder Executivo e eu não tenho a menor vocação para marionete”, afirmou. O peemedebista afirmou que, agora, poderá exercer a função de senador com total independência. Renan alegou que, ao contrário do que dizem, ele “sinceramente” não detesta Temer. “O que eu não tolero é sua postura covarde diante do desmonte da consolidação do trabalho”, afirmou o senador. O peemedebista usou a crítica à reforma trabalhista como mote para se distanciar do presidente. O senador voltou a dizer que é a favor das reformas, mas fez críticas pontuais à reforma trabalhista e à decisão do governo de aprovar o projeto sem dar ao Senado a chance de fazer modificações no texto. Renan afirmou também que Temer é atualmente influenciado pelo ex-presidente da Câmara, o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), atualmente preso em Curitiba na Operação Lava Jato. Apesar de a saída ser reivindicação da maioria da bancada do PMDB, a atitude também foi vista como uma estratégia política calculada. Renan acredita que terá mais chance de reeleição ao se descolar do governo. A escolha do substituto do peemedebista na liderança ficou para a próxima semana porque o governo pretende buscar um nome de consenso na bancada. Entre os nomes sugeridos há resistência e os que não se mostram interessados. Nessa lista estão Simone Tebet (MS), Raimundo Lira (PB), Waldemir Moka (MT) e Garibaldi Alves.