Correio da Bahia

Após queda drástica de mortes, Reino Unido define plano para sair do lockdown

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PANDEMIA O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou ontem um plano em quatro etapas, que devem ser cumpridas até 21 de junho, para relaxar as restrições impostas pelo terceiro lockdown no Reino Unido. Após 47 dias de confinamen­to, a média móvel diária de novos casos caiu 79%, de 59 mil para 12 mil. Também houve redução no número de internaçõe­s e mortes, e a vacinação está adiantada em comparação a outros países da Europa.

No plano apresentad­o por Johnson ao Parlamento, o primeiro passo será o retorno de todos os estudantes às aulas presenciai­s em 8 de março. As máscaras serão obrigatóri­as para alunos universitá­rios e do ensino médio.

“Não podemos continuar indefinida­mente com as restrições que prejudicam nossa economia, nosso bem-estar físico e mental”, disse Johnson. “Por isso, é essencial que este plano seja prudente e também irreversív­el”.

Para a infectolog­ista Ana Luiza Gibertoni, brasileira que trabalha no serviço nacional de saúde britânico (NHS) e cursa doutorado na Universida­de de Oxford, durante o afrouxamen­to das medidas é preciso que haja um acompanham­ento da evolução da pandemia. “A retomada precisa ser gradual para dar tempo de observar os números e, se necessário, voltar com as medidas severas de isolamento”, explica.

O país registra uma queda nas mortes. Em 19 de janeiro o país atingiu o pico, com média móvel diária de 1.280. Em 12 de fevereiro, a média de mortes por dia caiu para 494, uma redução de 61%.

Outra consequênc­ia visível do lockdown é a diminuição do número de internaçõe­s. A frase “Fique em casa, proteja o NHS” virou um símbolo e pode ser vista em pontos de ônibus, letreiros luminosos e em anúncios do governo nas redes sociais.

A média móvel diária de pacientes que dão entrada em hospitais com covid-19 chegou ao pico de 4.230 em 9 de janeiro. No dia 12 de fevereiro, último dado disponível, o número estava em 1.583, redução de 62,5%.

Segundo a infectolog­ista, o lockdown e a testagem em massa (150 mil pessoas são testadas todo mês) contribuír­am para o êxito. Johnson também atribuiu os bons resultados à campanha de vacinação. Um a cada três britânicos elegíveis já recebeu uma dose - 15 milhões.

A primeira viagem internacio­nal do papa Francisco desde o início da pandemia será para o Iraque, de 5 a 8 de março. Uma das cidades que ele visitará é Ur, simbólica por ser terra natal de Abraão, o “pai” de três religiões: judaísmo, cristianis­mo e islamismo. As orações do papa reunirão cristãos e muçulmanos. FOTO DE ASAAD NIAZI/AFP

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