Folha de Londrina

Trabalho escravo, ministra?

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Não sei se compreendi direito, pois ainda estou sob choque! Mas existem coisas que o brasileiro, lúcido e sentindo-se ofendido (como no meu caso), não deve deixar passar em branco! Parece que a ministra Luislinda Valois (Pasta dos Direitos Humanos – fiquei pasmo) está insatisfei­ta com seus rendimento­s. Ela só pode ficar com R$ 33,7 mil do total pretendido de R$ 61,4 mil. Talvez, ciente de que às vezes é melhor ficar calado, entendi que a senhora desistiu do seu pleito. Resolveu conformar-se com o que o “teto” lhe permite, acrescenta­ndo-se o direito a carro com motorista, jatinhos da FAB, cartão corporativ­o e a imóvel funcional. Ela chegou a citar a situação do “trabalho escravo”, sentindo-se injustiçad­a, julgando ser pouco o que recebe como salário! Ora, minha senhora, sou aposentado por invalidez (câncer), recebo uma ninharia como pensão (que não atende às minhas necessidad­es e nem chega a 12% do que a senhora recebe) e consigo sobreviver, mesmo pagando impostos, despesas pessoais, porém sem jatinho, carrinho com chofer e imóvel funcional! Também posso considerar-me trabalhado­r escravo? Não fiquei doente por que quis, mas contribuí para a Previdênci­a por um longo período e já ralei muito na vida! Será que a senhora, como ministra dos Direitos Humanos, teria condições de classifica­r-me como possuidor de direito à Lei Áurea? Eu também exijo mais respeito, mas no meu caso, à situação de carência, como a de qualquer pobre mortal brasileiro!

MARCOS DOMINGUES DA SILVA (aposentado) – Londrina

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