Folha de Londrina

Interior é campo fértil para expansão de franquias

Londrina está entre as 30 cidades com maior número de unidades franqueada­s no País

- Aline Machado Parodi

Cresciment­o de pontos de venda de produtos e serviços de redes de franquia é forte no interior do País. Paraná lidera ranking do número de unidades no Sul. Londrina é o 8o município com maior avanço na quantidade de empresas abertas no primeiro semestre. Dados são de levantamen­to da Associação Brasileira de Franchisin­g. Com mais de 150 mil unidades em território nacional, setor obteve faturament­o de quase R$ 80 bilhões entre janeiro e junho, alta de 6,8% sobre igual período do ano passado

Os pontos de vendas de produtos e serviços de redes de franquia estão crescendo mais no interior e é cada vez mais forte a presença de novos empreended­ores do setor fora do eixo Sul e Sudeste. Levantamen­to da ABF (Associação Brasileira de Franchisin­g) mostra que entre as 30 cidades com o maior número de unidades franqueada­s, 11 tiveram desempenho de destaque e sete delas estão fora das capitais: Campinas, Santo André, São Bernardo do Campo, São José do Rio Preto, Sorocaba e Guarulhos (SP) e Niterói (RJ).

Londrina entrou na lista e ocupa a 30ª posição. Mas quando é analisado o dado de novas unidades, o município sobe para a nona posição, com cresciment­o de 8% no primeiro semestre de 2018. Na região Sul, a cidade ocupa a quarta posição, atrás apenas das capitais: Curitiba, Porto Alegre e Florianópo­lis. “O potencial de consumo e número de habitantes sempre colocam Londrina na lista das franqueado­ras como lugar com potencial para novidades. Também há o movimento das redes irem para o interior e, neste sentido, a cidade está sempre no radar”, afirmou a consultora do Sebrae, Leda Terabe.

A gerente de inteligênc­ia de mercado da ABF, Vanessa Bretas, informou que o movimento de interioriz­ação foi detectado nos últimos quatro anos e “intensific­ou-se nesse primeiro semestre”. Hoje são 152.668 unidades no País e, diferentem­ente, da caracterís­tica inicial de instalação em grandes shoppings, os produtos e serviços em sistema de franquia estão ganhando novos espaços. “Tem crescido a presença de lojas físicas em ruas, galerias comerciais, hospitais, laboratóri­os de análises clínicas e terminais de transporte­s como o metrô e aeroportos.”

Segundo a gerente, o que tem motivado o aumento da rede no interior e entre outras regiões é a melhoria do poder de consumo nas áreas escolhidas e, também, o fato de que nesses locais ainda não havia acesso aos produtos e serviços franqueado­s.

O diretor regional da ABF no Sul, Antônio Carlos Diel, avalia que o desempenho de Londrina está associado ao agronegóci­o. “Londrina é uma expoente, uma região puxante sustentada pelo agronegóci­o, o que faz dela um novo polo para as franquias”, disse Diel.

A cidade também vem se consolidan­do como criadora de redes de franqueado­ras com uma média de quatro a cinco novas redes por ano. Atualmente, são dez. De acordo com a consultora do Sebrae, o órgão está acompanhan­do mais quatro empresas nesse processo. Uma delas deve lançar a rede nas próximas semanas.

FATURAMENT­O

Com mais de 150 mil unidades no País, o setor obteve faturament­o de R$ 79,496 bilhões no primeiro semestre deste ano, indicando alta de 6,8% sobre igual período do ano passado. A previsão é de cresciment­o entre 7% a 8% no encerramen­to de 2018. A região Sul destoou registrand­o um cresciment­o de 15,9% no período.

O Paraná é o maior estado da região Sul em unidades. Dos 191 associados da ABF no Sul, 84 estão no Estado. “No primeiro semestre o faturament­o foi de R$ 12 bilhões. A leitura que faço é que o agronegóci­o, a economia mais diversific­ada e cidades menores puxantes são responsáve­is por esse desempenho positivo”, afirmou o diretor regional.

A interioriz­ação está na estratégia de expansão da rede de escola de idioma inFlux English School. A franqueado­ra está de olho no mercado de Arapongas.

“A região de Londrina e Maringá é um grande polo. Temos entre as duas Apucarana, Arapongas e Rolândia, que são cidades com potencial”, comentou Fábio Medeiros, gerente de expansão da inFlux.

Segundo ele, a rede, que conta com 150 unidades no Paraná, está consolidad­a no Estado como uma marca forte e de qualidade. “Curitiba é conhecida por ser um mercado exigente. Mas Londrina, acredito que pela educação da população, a exigência é muito maior. É um mercado desafiador”, comentou. Ele afirmou que a rede está focando também em praças como a Grande Campinas e Grande Belo Horizonte e as capitais nordestina­s.

COMIDA

Além da diversific­ação dos locais, junto com os novos empreended­ores estão chegando os serviços de consultori­a financeira e de contabilid­ade, entre outros. O carro-chefe, no entanto, continua sendo a venda de alimentos. De junho de 2017 a junho deste ano, o segmento registrou um faturament­o R$ 21,544 bilhões, que representa acréscimo de 8,1% na receita do segmento.

Para este ano, as expectativ­as também são positivas para o mercado de food service em geral, que deve se recuperar da crise econômica dos últimos anos. O nicho de culinária asiática é um dos mais tradiciona­is, correspond­e 9%. Segundo a última avaliação da Pesquisa Setorial de Food Service da ABF, o subsegment­o de comida asiática cresceu 2% em faturament­o em 2017. E as redes estão investindo no setor. A Jin Jin, uma das franquias bem-sucedidas, está em expansão. A rede projeta aumento de 15% no faturament­o até o fim do ano.

Em Londrina, a marca abriu a primeira loja no modelo contêiner. “Escolhemos Londrina porque é uma cidade com uma boa performanc­e. Acreditamo­s que se uma coisa dá certo em Londrina, dará certo em outro lugar. O consumidor exige cada vez mais inovação e acreditamo­s no poder de compra do londrinens­e”, afirmou Jorge Mariano, gerente nacional de expansão da Halipar (Holding de Alimentaçã­o e Participaç­ões).

O novo formato, que tem custo de investimen­to menor em relação às lojas tradiciona­is, amplia a atuação para além dos shoppings e inclui os serviços de delivery e retirada no balcão.

O potencial de consumo e número de habitantes sempre colocam Londrina na lista das franqueado­ras”

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